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Powell enfrenta teste sobre visão de política monetária com cortes tributários perto de aprovação

11/12/2017 07h15

Por Howard Schneider

WASHINGTON (Reuters) - O novo chair do Federal Reserve, Jerome Powell, escolhido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para manter a recuperação econômica, deve deixar o esperado corte tributário seguir seu curso uma vez que a fraqueza do crescimento dos salários e da inflação sustentam a visão dele de que a economia continua sem força suficiente.

Em declarações durante o ano, culminando com sua audiência de confirmação no Senado, Powell tem sido claro de que vê poucos riscos de uma inflação que levaria o Fed a elevar os juros mais rápido do que o esperado, e considera o fraco crescimento dos salários como um sinal de que os trabalhadores afastados continuam a ser atraídos para empregos.

Novos dados ampliaram as evidências na sexta-feira. O emprego em novembro cresceu mais rápido do que o esperado, mas o aumento dos salários continuou fraco. A parcela dos adultos em idade economicamente ativa continuou em uma recuperação estável que se aproxima do pico pré-crise.

Mesmo com a taxa de desemprego na mínima de 17 anos de 4,1 por cento, "não faz sentido uma economia superaquecida ou um mercado de trabalho particularmente apertado", disse Powell a membros do Comitê Bancário do Senado, afirmando que o Fed deveria elevar os juros apenas gradualmente.

O debate entre os colegas de Powell, por sua vez, tem destacado outros riscos se o Fed acelerar o ritmo de aumentos dos juros.

Algumas autoridades sentem que o banco central já prejudicou sua credibilidade ao elevar os juros enquanto a inflação continua tão fraca. Outros notaram que se o Fed continuar a aumentar os juros de curto prazo enquanto os de longo prazo continuam estagnados, isso pode virar o formato da curva de rendimento dos títulos, um típico sinal de recessão

"Se o Fed entender errado seu paradigma e vir uma inflação que acabar não se materializando, e for muito rápido com os juros, os mercados ficarão aflitos", disse Carl Tannenbaum, economista-chefe do Northern Trust e ex-autoridade de risco do conselho do Fed.

Outros analistas começam a ver uma potencial surpresa dovish quando Powell assumir em fevereiro, com os cortes tributários sendo adotados e o Fed ficando afastado.

As autoridades do Fed darão uma leitura inicial do impacto do plano tributário republicano quando se reunirem na próxima semana. Eles devem elevar os juros pela terceira vez este ano,

Eles também irão atualizar suas projeções econômicas e para os juros para 2018 e à frente, as primeiras estimativas desde que o esboço da reforma tributária ficou claro.

Republicanos da Câmara dos Deputados e do Senado estão correndo para finalizar as negociações e transformar o plano tributário em lei.