Cielo multiplica ofertas de serviços para enfrentar disputa aberta em adquirência
SÃO PAULO (Reuters) - A Cielo está multiplicando a oferta de soluções e serviços para lojistas como forma de tentar proteger sua liderança no mercado de adquirência em meios de pagamentos, que está entrando numa fase de concorrência aberta no Brasil.
Em encontro com analistas e investidores nesta quinta-feira, executivos da companhia detalharam iniciativas que estão desenvolvendo especialmente para clientes de pequeno e médio portes, os maiores alvos de rivais menores, como o SafraPay, do Banco Safra, Stone, iZettle e Bin, da First Data.
Parte das iniciativas da Cielo está ligada à versão atualizada do dispositivo de pagamentos. O LIO, como é chamado pela Cielo, visualmente é um misto dos POS -conhecidos como "maquininhas"- com um grande smartphone. O produto traz aplicativo desenhado sobre Android, que permite, entre outras coisas, concentrar no equipamento a gestão de caixa e que o cliente desenvolva conjuntamente soluções para dificuldades individuais.
O equipamento possibilita ainda fazer relatórios sobre fluxo de caixa. Adicionalmente, a Cielo está usando sua enorme base de dados para vender a clientes pesquisas segmentadas sobre comportamento médio de consumidores ou dados comparativos com concorrentes locais.
"A indústria está mudando, não se trata mais só de uma solução de meios de pagamentos", disse o presidente-executivo da Cielo, Eduardo Gouveia.
Além de carregar inovações como acesso a wi-fi, o LIO V2, como é chamado o novo POS da Cielo é também uma tentativa da empresa de se recuperar de críticas de clientes que compraram algumas das 40 mil unidades da primeira versão do equipamento.
Uma das principais reclamações é o fato de o LIO não ter impressora, o que desagrada muitos consumidores, que fazem questão de ter um comprovante físico de pagamento.
"A Cielo cometeu erros com a primeira versão do LIO", admitiu Gouveia. "Mas o modelo de negócios está dando certo", continuou, anunciando que a empresa já tem 70 mil unidades do LIO V2 para distribuir a clientes.
O esforço da Cielo acontece paralelamente à abertura total do mercado de adquirência por parte do Banco Central, num ambiente chamado no jargão do setor de full adquirência.
Nesse ambiente, todas as adquirentes poderão aceitar todas as bandeiras de cartões. Com rivais menores ofertando preços agressivos para se posicionar no mercado, tem crescido entre investidores e analistas a apreensão em relação a como as grandes do setor se defenderão.
Segundo Gouveia, a avaliação da companhia é de que essa abertura terá impacto neutro ou levemente positivo para a Cielo, dado que os clientes estão cada vez mais preocupados em ter soluções que os ajudem a vender mais, em vez de apenas pagar menos pelo aluguel de POS.
"Achamos que não vamos ter impacto relevante com a 'full' adquirência", disse Gouveia.
Mesmo intensificando o corpo a corpo com lojistas, a Cielo tem visto sua fatia de mercado diminuir. A participação de mercado da companhia, que tem como sócios o Banco do Brasil e o Bradesco está em cerca de 50 por cento, disse Gouveia. Essa fatia em meados de 2016 era de 54 por cento.
Um alento para a companhia tem sido a "atuação morna" da principal rival, a Rede, do Itaú Unibanco. "Não temos visto atuação mais forte deles", disse a vice-presidente comercial grandes contas da Cielo, Renata Greco.
(Por Aluísio Alves)
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