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Reforma tributária dos EUA pode impulsionar alta de ações de tecnologia

20/12/2017 17h39

Por Noel Randewich

SAN FRANCISCO (Reuters) - A maior reforma do sistema tributário dos Estados Unidos em mais de 30 anos, aprovada por congressistas nesta quarta-feira, pode adicionar combustível à alta das ações de tecnologia que levou Wall Street a registrar recordes este ano.

A redução da alíquota do imposto de renda para empresas e a cobrança de uma taxa única de um dígito sobre lucros repatriados devem beneficiar a Apple, a Microsoft e outras empresas de tecnologia dos EUA com grandes vendas no exterior.

"O setor de tecnologia certamente estará entre os maiores beneficiários se o dinheiro no exterior puder ser repatriado pagando uma taxa baixa e possivelmente será usado para recompra de ações ou dividendos", disse em nota o presidente da Yardeni Research, Ed Yardeni.

O índice de tecnologia da informação do S&P 500 subiu 39 por cento em 2017, impulsionado por expectativas de que o presidente norte-americano, Donald Trump, e seus colegas republicanos cumpririam a promessa de reduzir os impostos.

A reforma tributária se tornou realidade nesta quarta-feira, quando a Câmara dos Deputados dos EUA, com maioria republicana, aprovou a proposta que agora deve ser sancionada em lei por Trump.

O projeto reduz a alíquota do imposto de renda das empresas de 35 para 21 por cento. Isso deve impulsionar os lucros das empresas nos EUA, embora analistas esperem que o corte ajude menos as empresas de tecnologia do que alguns outros setores, como transporte, varejo e bancário, já que as empresas de tecnologia já pagam um imposto relativamente baixo.

Um benefício mais notável para a Apple, Microsoft e outras grandes empresas de tecnologia - que acumularam centenas de bilhões de dólares em lucros fora dos Estados Unidos - é a lei que impõe a cobrança única de 8 por cento sobre ativos de menor liquidez e de 15,5 por cento por recursos em espécie ou equivalentes mantidos no exterior.

"Eu acho que vamos ver alguma repatriação de dinheiro do exterior", disse Tim Ghriskey, diretor de investimentos do Grupo Solaris, que tem posição acima da média do mercado para ações de tecnologia e financeiras. "As ações de tecnologia ainda tem um bom caminho".