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Meirelles diz que levará vários fatores em conta ao decidir se disputará Presidência

21/12/2017 15h44

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira que levará vários fatores em conta para decidir, entre o final de março e início de abril, se irá concorrer à Presidência da República em 2018, dentre eles sua disposição pessoal de entrar na disputa e a vontade de seu partido, o PSD.

Em longa entrevista coletiva na sede da sigla, Meirelles, que será a estrela do programa partidário do PSD nesta quinta-feira, disse acreditar que o presidente Michel Temer será um bom cabo eleitoral ano que vem com a melhora da economia.

“Eu não estou, no momento, ainda, numa fase de já ter chegado a uma conclusão sobre eventual entrada no processo eleitoral”, disse, acrescentando que ainda não está pensando sobre como tomará sua decisão.

O ministro também descartou sua intenção de figurar como vice em alguma chapa. Provocado, no entanto, respondeu que no momento certo irá analisar “todas as condições”.

“A mais importante de todas, a minha disposição, se de fato me julgar no momento de fato preparado”, admitiu. Além disso, acrescentou que também precisará levar em conta a “própria questão partidária, a questão do partido tomar sua decisão”, sua posição em pesquisas eleitorais, se considerar importante, e a situação econômica.

“Tudo evidentemente que for relevante será levado em conta na oportunidade”, disse, ao ser questionado sobre o impacto da votação ou não da reforma da Previdência em sua decisão.

Ainda que não tenha se colocado como candidato, ao comentar o programa partidário que vai ao ar na noite desta quinta-feira o ministro defendeu o governo Temer, seja porque faz parte dele, seja porque esta administração demonstrou “coragem de fazer essas reformas”. Ele disse ainda que deverá fazer ainda nesta quinta-feira, por meio do Twitter, uma “defesa explícita” da gestão.

Questionado sobre a possibilidade de deixar o partido, caso ele não feche questão a favor da reforma da Previdência, atual carro-chefe de sua atuação, Meirelles afirmou que a discussão é “prematura”.

Também argumentou que a legenda, assim como todas as outras que integram a base do governo, terão tempo para formar sua posição em relação à reforma, que só deve começar a ser discutida formalmente na Câmara em fevereiro.

Para o ministro, o PSD fez um gesto de “reverência” ao ceder boa parte do tempo do programa partidário na TV para ele, motivo pelo qual não considera que “haja razão" para pensar em deixar a sigla.

Sobre sua imagem fortemente vinculada a temas tidos como impopulares --como as medidas de ajuste fiscal e a reforma da Previdência--, Meirelles afirmou que baterá na tecla da melhoria da economia como um instrumento de aumento do bem-estar social caso se decida pela candidatura.

Argumentou que o crescimento econômico cria empregos e que a geração de empregos tem um componente social .

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)