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Varejo no Brasil cresce mais que o esperado e tem melhor novembro em 6 anos com Black Friday

Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira

09/01/2018 10h36

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, 9 Jan (Reuters) - As vendas no varejo do Brasil subiram mais do que o esperado em novembro e tiveram o melhor resultado para o mês em seis anos com o impulso da Black Friday e das festas de fim de ano, destacando o ritmo gradual de recuperação da economia.

Em novembro, as vendas varejistas registraram alta de 0,7 por cento sobre o mês anterior, compensando a queda da mesma magnitude em outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

Esse foi o melhor resultado para novembro desde 2011 (+1,1 por cento) e ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,2 por cento. 

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve avanço de 5,9 por cento nas vendas do setor, nível mais alto para novembro desde 2013 (+7,1 por cento) e também melhor do que a expectativa de avanço de 3,4 por cento no levantamento da Reuters. 

"O resultado de novembro tem efeito da Black Friday, que se consolidou nos últimos anos como um período de compras, e da antecipação de Natal. Os setores que mais puxaram foram aqueles marcados por compras online", explicou a economista do IBGE Isabella Nunes.

Os maiores avanços entre as atividades pesquisadas foram registrados por Outros artigos de uso pessoal e doméstico (+8 por cento) e por Móveis e eletrodomésticos (+6,1 por cento), ambos setores marcados por vendas pela internet.

Já as vendas no varejo ampliado, que incluem veículos e material de construção, tiveram em novembro o melhor resultado para o mês na série iniciada em 2003 ao subirem 2,5 por cento sobre outubro. Enquanto as vendas de Veículos e motos, partes e peças aumentaram 1,5 por cento, as de Material de construção subiram 2,3 por cento.

Após anos de recessão, a inflação e os juros baixos vêm ajudando a economia brasileira a se recuperar de forma gradual, uma vez que estimulam o consumo, embora a melhora do mercado de trabalho ainda se baseie na informalidade.

"A conjuntura econômica melhor, com queda na inflação e aumento da massa de rendimento, elevam o poder de compra dos consumidores. A maior parte das atividades está positiva em 12 meses, então podemos dizer que o comércio vai fechar 2017 em alta depois de (dois) anos de quedas", completou Isabella.

(Edição de Patrícia Duarte)