Setor de serviços no Brasil surpreende e cresce 1% em novembro, acima do esperado
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O setor de serviços brasileiro surpreendeu e subiu mais que o esperado em novembro, interrompendo quatro meses seguidos de queda, sobretudo por conta da atividade voltada para as famílias e do setor de informação e comunicação, em meio ao cenário de inflação e juros menores.
O volume de serviços avançou 1 por cento em novembro na comparação com outubro, maior avanço mensal desde junho passado (+1,3 por cento), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, no entanto, o setor recuou 0,7 por cento. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de avanço de 0,8 por cento na base mensal e de queda de 1,3 por cento na anual.
"O setor vem se recuperando ainda de forma lenta", disse o coordenador da pesquisa, Roberto Saldanha. "Para serviços andarem de forma mais rápida, é preciso nível de investimento maior, que estimula a contratação de serviços, e recuperação mais robusta do mercado de trabalho, que reage agora com a contratação de informais", acrescentou.
Segundo o IBGE, os destaques foram as atividades de serviços prestados às famílias e de serviços de informação e comunicação, ambos com expansão de 0,9 por cento em novembro sobre o mês anterior.
Também houve avanço na atividade de serviços de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (+0,6 por cento) e de serviços profissionais, administrativos e complementares (+0,2 por cento).
Já o agregado especial das atividades turísticas teve aumento de 0,9 por cento na comparação com outubro.
O resultado do setor de serviços acompanha os avanços vistos no mês na indústria e no varejo. A produção industrial cresceu pelo terceiro mês seguido, enquanto as vendas varejistas tiveram o melhor resultado para novembro em seis anos diante do aumento da demanda.[nL1N1P00D6][nL1N1P40CV]
A inflação e os juros baixos vêm ajudando a economia brasileira a se recuperar de forma gradual após dois anos de recessão ao estimular o consumo, embora o mercado de trabalho esteja com recuperação lenta.
O IBGE informou ainda que a receita nominal em novembro do setor de serviços cresceu 1,2 por cento em relação a outubro, na série com ajuste.
(Por Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro, e Patrícia Duarte, em São Paulo)
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