Economistas pedem reforma da zona do euro e criação de "ativos seguros" conjuntos
Por Michael Nienaber
BERLIM (Reuters) - Economistas da França e Alemanha pronunciaram-se nesta quarta-feira sobre o debate politicamente acalorado sobre tornar a zona do euro mais resiliente contra futuras crises ao pedirem novas regras fiscais e a criação de uma virtual área de "ativos seguros" do euro.
As propostas têm objetivo de contornar as exigências alemãs de mais disciplina fiscal e a insistência da França de maior compartilhamento de riscos, conforme Paris e Berlim tentam injetar novo impulso em seus paralisados esforços para reforma da União Europeia.
A dúvida sobre como melhorar a governança do bloco de moeda única também será discutida quando o ministro das Finanças em exercício da Alemanha, Peter Altmaier, receber o novo presidente do Eurogrupo, Mario Centeno, para conversas em Berlim nesta quarta-feira.
Altmaier, um dos aliados mais próximos da chanceler Angela Merkel, viajará então a Paris para conversas com o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, na quinta-feira.
No documento de reforma de 33 páginas, os 14 economistas da França e da Alemanha pedem uma revisão das regras fiscais da área do euro, a criação de um órgão fiscalizador independente e um fundo conjunto da zona do euro, assim como uma nova área sintética de "ativos seguros" do euro que ofereça a investidores uma alternativa a títulos soberanos.
"Implementar estas reformas seria um divisor de águas para a zona do euro, melhorando significativamente sua estabilidade financeira, coesão política e potencial para entregar prosperidade a seus cidadãos, tudo enquanto aborda prioridades e preocupações dos países participantes", disseram os economistas.
"Nossos líderes não deveriam se contentar com menos", disseram os especialistas, incluindo o presidente do instituto Ifo, Clemens Fuest, e Jean Pisani-Ferry, ex-assessor do presidente francês Emmanuel Macron.
Os economistas querem substituir regras fiscais atuais, focadas no déficit estrutural e em um limite de três por cento, por uma regra de despesas e um objetivo de redução de dívidas a longo prazo.
"Uma regra deste tipo é menos propensa a erros do que as atuais e mais eficaz em estabilizar ciclos econômicos, uma vez que mudanças cíclicas em receita não precisam ser compensadas por alterações nos gastos", informou o grupo.
Eles recomendaram que o cumprimento das novas regras fiscais deveria ser monitorado por órgãos nacionais, que serão supervisionados por uma instituição independente da zona do euro.
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