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Schlumberger tem resultado acima de expectativas; vê 2018 forte para "shale" nos EUA

19/01/2018 14h52

Por Nivedita Bhattacharjee e Liz Hampton

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Schlumberger reportou pesados prejuízos devido baixas contábeis, mas ainda assim superou expectativas do mercado e apresentou uma perspectiva positiva que inclui o primeiro crescimento em suas operações internacionais em quatro anos.

A maior empresa de serviços em campos de petróleo do mundo reportou custos não recorrentes de 2,7 bilhões de dólares, incluindo uma baixa contábil de quase 1 bilhão de dólares na Venezuela, devido à turbulência no país.

Com isso, a companhia teve um prejuízo líquido de 2,26 bilhões de dólares no quatro trimestre, ante 204 milhões de dólares no ano anterior. A receita cresceu 15 por cento, para 8,18 bilhões de dólares.

A Schlumberger disse que vai continuar na Venezuela apesar da baixa contábil por serviços não pagos e que seguirá buscando receber pelos trabalhos realizados no país.

Excluídas as baixas contábeis, os resultados se beneficiaram da recuperação do ano passado nos preços do petróleo e somaram 48 centavos de dólar por ação, superando as estimativas médias de analistas de 44 centavos, segundo pesquisa da Thomson Reuters.

O presidente da empresa, Paal Kibsgaard, disse que os produtores agora prevêem crescimento de 15 a 20 por cento em investimentos em energia na América do Norte.

"Olhando para o mercado de petróleo, o forte crescimento da demanda deverá continuar em 2018, apoiado por uma economia global robusta", afirmou.

A recuperação dos preços do petróleo para quase 70 dólares por barril deu fôlego à perfuração de "shale" na América do Norte, levando os Estados Unidos a impulsionar a produção de petróleo a 10 milhões de barris por dia, próximo de um recorde de 1970.

O presidente da companhia disse ainda que seu negócio internacional deve crescer neste ano, com contratos recentes ganhos na Arábia Saudita, no Kuweit, na Índia e em outros lugares.

"O mercado internacional vai voltar a crescer pela primeira vez desde 2014", disse o vice-presidente para novos negócios da Schlumberger, Patrick Schorn. "O crescimento previsto nas atividades está nos levando a reativar equipamentos", adicionou.

O crescimento no mercado internacional tem sido favorecido por uma alta de quase 24 por cento em três meses nos preços do Brent, referência internacional para o petróleo.

(Por Nivedita Bhattacharjee e Liz Hampton)