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Anglo American prevê obter na sexta-feira licenças para ampliar produção no Brasil

23/01/2018 14h12

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A gestão da mineradora Anglo American prevê obter na próxima sexta-feira as aguardadas licenças prévia e de instalação para ampliar em cerca de 56 por cento a sua capacidade de produção de minério de ferro no Brasil, disse a empresa em nota à Reuters nesta terça-feira.

Nos planos da empresa estão previstos investimentos de 1 bilhão de reais para expandir a capacidade anual de extração de seu único sistema de minério de ferro no Brasil, chamado Minas-Rio, em Minas Gerais, dos atuais 17 milhões para 26,5 milhões de toneladas por ano.

As licenças estão na pauta de sexta-feira do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) mineiro, último estágio de um amplo processo de licenciamento ambiental iniciado em 2015, na Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

Posteriormente, a empresa precisará também de uma licença de operação do órgão ambiental estadual para o projeto de ampliação.

Em e-mail à Reuters, a empresa afirmou estar confiante na aprovação de parecer único, elaborado pela Superintendência Regional de Regularização Ambiental Jequitinhonha (Supram Jequitinhonha), com base no Relatório de Impacto Ambiental (Rima) e o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que será avaliado na reunião.

"O parecer recomenda a concessão das licenças prévia e de instalação", disse a mineradora, no e-mail à Reuters.

Caso as licenças sejam concedidas, a empresa poderá iniciar as construções necessárias para a ampliação do sistema, que incluem o alteamento da barragem de rejeitos de mineração e a abertura de uma cava, além de outras iniciativas necessárias.

"Acreditamos na robustez do processo, no apoio das comunidades e no aval de todas as autoridades competentes", disse a empresa.

O primeiro carregamento de minério de ferro do Sistema Minas-Rio aconteceu em outubro de 2014, após diversos atrasos contabilizados desde que a Anglo comprou o projeto, entre 2007 e 2008, do empresário Eike Batista.

Anteriormente, a empresa havia planejado atingir a capacidade de 26,5 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2016, mas anunciou no passado um adiamento para 2018, citando questões relacionadas a licenças em uma apresentação em que listou uma série de cortes devido à queda dos preços da commodity na época.

Maior investimento estrangeiro já feito no setor no Brasil até então, o Minas-Rio foi adquirido por cerca de 5,5 bilhões de dólares.

O empreendimento conta com um mineroduto de 530 quilômetros de comprimento que, com o uso de água, transporta o produto de mina e unidade de beneficiamento da Anglo em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas, no Estado de Minas Gerais, até o Porto do Açu, no Estado do Rio de Janeiro.