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Ford reclama que aumento de preços dos metais prejudica lucro

24/01/2018 15h44

Por Nick Carey

DETROIT (Reuters) - Quando a Ford divulgar seus resultados do quarto trimestre nesta quarta-feira, espera-se que diga que o aumento dos custos dos metais reduziu seu lucro, apesar das montadoras rivais dizerem que o problema está sob controle.

Os preços do alumínio aumentaram 20 por cento no ano passado e quase 11 por cento desde 11 de dezembro. Os preços do aço subiram um pouco mais de 9 por cento no ano passado. A Ford usa mais alumínio em seus veículos do que seus rivais.

O alumínio é mais leve, mas muito mais caro do que o aço. Na terça-feira, o preço do alumínio fechou 2.229 dólares por tonelada, enquanto os contratos futuros de aço nos Estados Unidos encerraram a 677 dólares por tonelada.

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está avaliando a imposição de tarifas sobre as importações de aço e alumínio, o que poderia elevar ainda mais os preços.

A Ford deu uma estimativa de lucro decepcionante para 2017 e 2018 na semana passada, dizendo que os gastos maiores com aço, alumínio e outros metais, bem como a volatilidade das moedas, poderiam custar a empresa 1,6 bilhão de dólares em 2018. As ações da Ford despencaram após o anúncio.

O diretor financeiro da Ford, Bob Shanks, disse a analistas na semana passada que, enquanto a empresa se beneficiou dos baixos preços das commodities em 2016, o aumento dos preços do aço é agora a principal causa dos custos mais altos, seguido pelo alumínio.

Shanks disse que a montadora às vezes conta com o hedge natural para as commodities fornecido por moedas estrangeiras, mas essas agora estão indo na direção oposta, então não estão funcionando.

Um porta-voz da Ford acrescentou que a montadora também usa uma combinação de contratos, hedges e compras de índices.

Analistas do setor apontam para o aumento dos preços do alumínio versus do aço como uma razão plausível para os problemas da Ford, especialmente porque a montadora usa muito mais do metal do que as demais grandes montadoras.

Outras grandes montadoras dizem que o aumento dos custos das commodities não é um grande problema.

No feira de automóvel de Detroit da semana passada, o presidente-executivo da Fiat Chrysler, Sergio Marchionne, reiterou sua previsão para os resultados para 2018 e apresentou vários tópicos, mas não mencionou os preços dos metais.

A General Motors deu uma perspectiva de lucro muito bem recebida na semana passada e não mencionou o assunto.    "Nós vemos a mudança nos custos das matérias-primas como algo gerenciável", disse um porta-voz da GM por email.

Um porta-voz da Volkswagen disse que, apesar de a montadora alemã ter anunciado que esperava preços mais altos de matérias-primas, cortaria outros custos para mais do que compensar os aumentos.

A Ford sacudiu a indústria automobilística em dezembro de 2014 quando lançou a picape F-150 de geração atual com um corpo totalmente em alumínio, reduzindo em 318 quilos o seu peso e aumentando a economia de combustível.

(Por Nick Carey)