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INTL FCStone amplia serviços de corretora no Brasil e mira estrangeiros

24/01/2018 11h06

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A INTL FCStone está ampliando a atuação de sua corretora no Brasil, com o foco voltado principalmente para investidores institucionais locais e estrangeiros, afirmaram à Reuters executivos do grupo financeiro com sede em Nova York.

A unidade brasileira INTL FCStone DTVM já funciona há 15 anos e até então era voltada basicamente para segmentos ligados a commodities, mas agora vai passar a atuar no mercado de ações, contratos de DI, aluguel de ações, opções, entre outros. A companhia tem mais de 20 mil clientes em 130 países.

"O mercado brasileiro é importante para a empresa e esse movimento tem muita sinergia com o que estamos fazendo no mundo todo", disse o chefe da área de ações da corretora INTL FCStone nos Estados Unidos, Alexandre Artmann, acrescentando que o atual cenário de corretoras independentes no país oferece vantagens competitivas.

"O mercado encolheu e vimos uma oportunidade... Dada a presença no exterior, fazia sentido oferecer mais serviços aos clientes no Brasil", destacou.

Entre as últimas operações de consolidação do setor, chamaram a atenção os acordos envolvendo a compra da Rico pela XP Investimentos, bem como a da Guide Investimentos pela chinesa Fosun e a aquisição de fatia minoritária da XP pelo Itaú Unibanco.

A INTL FCStone Securities já opera ADRs (recibo de ações negociados nos Estados Unidos) de empresas brasileiras no mercado norte-americano. A ideia agora é operar no país ações e outros ativos para clientes institucionais locais e estrangeiros até o final do ano.

"Nós temos muitos clientes norte-americanos, europeus; Queremos trazer esse fluxo de estrangeiros para o país", afirmou o chefe de Brasil na área de ações da corretora da INTL Fcstone, Claudio Pacini.

Os executivos avaliam que tal estratégia pode fazer com que os estrangeiros respondam por dois terços da receita no Brasil, que atualmente é majoritariamente oriunda de clientes locais.

O apetite de estrangeiros a ativos brasileiros tem se mostrado forte e tende a favorecer a aposta do grupo financeiro. Apenas no segmento Bovespa da B3, dados até dia 19 de janeiro mostravam saldo positivo de capital externo neste ano de 5,56 bilhões de reais.

Além da estratégia própria da companhia e do ambiente setorial, Pacini também citou o cenário para juros no país como mais um componente que tende a atrair também investidores locais para a bolsa, por exemplo, em busca de melhores rendimentos.

Economistas consultados na pesquisa Focus, do Banco Central, preveem mais queda na taxa básica de juros, que deve encerrar o ano em 6,75 por cento, segundo a mediana das expectativas. Atualmente, a taxa Selic está em 7 por cento ao ano, na mínima histórica.

Os executivos da INTL FCStone reiteraram, contudo, que a decisão de expansão no Brasil se trata de uma visão de longo prazo. "Há condições macro, enxergamos um cenário muito melhor, mas nossa visão é de longo prazo", afirmou Artmann.

Eles afirmaram que a implementação das mudanças levou menos de um ano e teve investimento "marginal" uma vez que o grupo já tem presença no país.

(Edição Alberto Alerigi Jr.)