Novo plano de capital pode ajudar Caixa a ter mais R$100 bi em crédito, diz Moody's
SÃO PAULO (Reuters) - A Caixa Econômica Federal poderá ampliar sua carteira de crédito em cerca de 100 bilhões de reais até o ano que vem se cumprir um novo plano de capital, que inclui total retenção de lucros e a emissão de bônus no exterior, afirmou a agência Moody's nesta segunda-feira.
Na semana passada, o conselho de administração da Caixa aprovou um plano de capital para assegurar o cumprimento de requisitos de capital de Basileia III. O plano inclui 100 por cento de retenção de lucros de 2017 e 2018, além da emissão de títulos perpétuos e a venda de empréstimos sem garantia.
"O anúncio é positivo para o Caixa, pois oferece uma solução para restaurar os índices de capital do banco em níveis que atendam novos limiares regulatórios e apoiem seu crescimento futuro após a forte contração em seus ativos ponderados pelo risco nos últimos dois anos", afirmou a Moody's em relatório.
Os bancos brasileiros precisarão respeitar regras de Basileia III até janeiro de 2019, quando o nível mínimo de capital de nível 1 de aumentará para 6,875 para 8 por cento.
A Caixa reportou índice de capital de nível 1 de 9,54 por cento no terceiro trimestre de 2017, mas a Moody's estima que esse patamar foi de 8,14 por cento pelas regras de Basileia III, o que praticamente impede o banco de ampliar o crédito.
"A decisão de manter os lucros será benéfica com base em nossa expectativa de que o lucro da Caixa em 2017 alcançará um máximo de 10 anos superior a 8 bilhões de reais", afirmou a Moody's no relatório.
Pelas contas da agência, se a Caixa retiver todo o lucro anual estimado de 8 bilhões de reais em 2017 e 2018, seu índice de capital de nível 1 alcançaria 10 por cento no fim deste ano, o que abriria espaço para o banco elevar sua carteira de empréstimos em cerca de 100 bilhões de reais.
Além disso, se a Caixa captar cerca de 1 bilhão de dólares em notas de capital de nível 1 neste ano, isso ajudaria seu índice atingir 10,6 por cento, ante piso regulatório de 9,5 por cento para 2019.
(Por Aluísio Alves)
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