Temer está avaliando proposta de parceria entre Boeing e Embraer, diz porta-voz
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Brasil, Michel Temer, está avaliando se apoia uma proposta de criação de uma empresa conjunta de aviação comercial entre Boeing e Embraer, disse nesta terça-feira (27)o secretário de comunicação da Presidência.
O governo brasileiro se opôs a uma aquisição da Embraer pela Boeing e uma nova proposta envolve a criação de uma terceira empresa que inclui a unidade de aviação comercial da Embraer, maior fabricante mundial de jatos regionais, excluindo sua unidade de defesa. Qualquer acordo tem que ser aprovado pelo governo.
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"Não há ainda nenhuma definição do governo sobre a parceria das empresas", disse à agência Reuters Marcio de Freitas, secretário de comunicação da Presidência. "O Ministério da Defesa recebeu e reportou ao presidente. Mas ainda há avaliação sobre a proposta e ainda restam dúvidas sobre o tema", acrescentou, sem dar mais detalhes.
Participação
O presidente-executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, disse este mês que a empresa tem trabalhado em um acordo há anos, mas que ele não é essencial para a companhia norte-americana. O porta-voz da Boeing, Phil Musser, afirmou em um email na terça-feira que uma combinação com Embraer seria "uma vitória para todos".
O jornal "Valor Econômico", citando fontes próximas a Temer, informou que a Embraer ficaria com uma participação de 49% da nova empresa. Mas pessoas familiarizadas com as negociações disseram à Reuters que a Boeing só concordaria com uma joint venture em que tenha entre 80% e 90% da empresa e total controle operacional.
A parceria com a Embraer proporcionaria à Boeing uma participação de destaque no mercado de aeronaves de 70 a 130 lugares e criaria uma concorrência mais dura para o programa CSeries da canadense Bombardier e operado pala rival europeia Airbus desde o ano passado.
(Reportagem adicional de Gram Slattery e Brad Brooks em São Paulo, e Tim Hepher em Paris)
"Se pudermos chegar a um bom acordo e que agregue valor aos nossos clientes e às nossas empresas, faremos isso", disse Muilenburg em uma conferência com investidores em Miami, organizada pelo Citigroup. "Se não pudermos chegar ao fim linha, isso não altera a nossa estratégia. Este é um excelente complemento para a nossa estratégia, mas não é imprescindível."