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Ecorodovias se diz livre de irregularidades em concessões de rodovias no Paraná

01/03/2018 15h03

SÃO PAULO (Reuters) - A Ecorodovias negou nesta quinta-feira envolvimento de empresas do grupo em casos de corrupção em concessões de rodovias no Paraná, mas a negativa não impedia que as ações da companhia tivessem forte queda na Bovespa.

Em teleconferência com investidores sobre os resultados do quarto trimestre, divulgados na noite da véspera, o diretor-presidente da companhia, Marcelino de Seras, anunciou que auditorias instaladas internamente concluíram que não houve envolvimento de suas subsidiárias Ecovia e Ecocataratas em irregularidades que estão sob investigação.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram na semana passada nova fase da operação Lava Jato para investigar casos suspeitos de corrupção ligados à gestão das concessões rodoviárias no Paraná.

Inicialmente a operação indicou envolvimento da Econorte, da Triunfo, em corrupção. Mas nesta quinta-feira a Agência Estado publicou que a operação pode alcançar outras concessionárias, já que foram identificados pagamentos "sem causa" incluindo a Ecovia e a Ecocataratas, da Ecorodovias.

Segundo Seras, duas auditorias instaladas internamente na semana passada pela própria Ecorodovias, ambas já concluídas, apontaram que não houve nada irregular.

"O material será disponibilizado às autoridades, se necessário", disse o executivo.

De todo modo, a ação da empresa caía quase 7 por cento às 15h, maior queda do Ibovespa, que tinha valorização de 0,46 por cento no mesmo horário.

2018 JÁ ACABOU PARA INVESTIMENTOS

Seras disse ser improvável que a Ecorodovias participe de novas licitações de rodovias ao longo de 2018, dado o início do calendário eleitoral. A empresa também não planeja comprar mais ativos no mercado secundário, disse ele.

A empresa, que previu investir 987 milhões neste ano, venceu no começo do mês a concorrência para exploração por 30 anos de um lote de rodovias em Minas Gerais, com uma oferta pela outorga de 2,06 bilhões de reais. Dias antes, comprou por 600 milhões de reais a Concessionária de Rodovias Minas Gerais (MGO).

Em janeiro, a empresa também havia arrematado a concessão do Rodoanel Norte, em São Paulo, com oferta de 883 milhões de reais 91 por cento acima do mínimo estipulado no edital.

"Não há interesse hoje em outros ativos no mercado secundário; nosso foco hoje é absorver os novos ativos", disse Seras.

Segundo o executivo, o desempenho do tráfego nos dois primeiros meses de 2018 foi superior ao de igual período do ano passado, mas não deu mais detalhes.

(Por Aluisio Alves)