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BNDES vai criar "fast track" para agilizar liberação de recursos para segurança, dizem fontes

06/03/2018 20h24

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O BNDES vai criar um mecanismo de fast track para agilizar a análise e a liberação de recursos para Estados e Municípios que demandarem financiamentos para a área de segurança, disseram a Reuters duas fontes do banco.

O prazo médio para a concessão de crédito pelo banco é de seis meses, desde o protocolo do pedido, passando pelo trâmite burocrático que incluiu análise, enquadramento, aprovação e liberação. A meta agora é reduzir esse prazo para cerca de dois meses.

Um grupo de trabalho para cuidar de perto do tema foi criado pelo banco na última segunda-feira e já nasce com a missão de acelerar o trâmite burocrático para a concessão do empréstimo.

Para viabilizar a redução do prazo de liberação de recursos para a área de segurança, o banco pretende criar uma espécie de modelo padrão para itens financiáveis.

“A idéia é oferecer uma linha de financiamento para aquisições padronizadas para sistemas, equipamentos e logística. Ao ser padronizado, a análise se torna mais rápida e mais ágil“, disse à Reuters uma alta fonte do BNDES, em condição de anonimato.

“Tem eleição esse ano e o prazo fica mais curto, por isso queremos uma linha quase automática que permite um enquadramento e aprovação rápidos”, acrescentou.

A idéia é que essas pedidos “padronizados” de financiamentos feitos por Estados e municípios possam ser atendidos pela linha Finame, voltada para empréstimos destinados à aquisição de máquinas e equipamentos.

“Para facilitar, queremos criar um bem financiável padrão; um tipo de colete à prova de bala, viatura, sistemas de TI. Cria-se um modelo de referência para agilizar o processo”, frisou a fonte.

ANÁLISE DE CRÉDITO

Se o banco faz um esforço interno para ajudar Estados e cidades, os entes federativos terão que fazer o dever de casa e correr contra o tempo na apresentação de seus pedidos para serem contemplados pelos empréstimos.

Como há eleição em outubro, os recursos só poderão ser liberados para os Estados e prefeitura até julho, sendo que as cidades poderão retomar os pedidos após o pleito. Já os Estados, segundo o BNDES, só poderão retomar os pedidos no ano de 2019.

“Quem não tiver condições de tomar recursos teremos que levar a situação ao Ministério da Fazenda , ao Tesouro e ao Ministério da Segurança. Só vai pegar dinheiro quem tiver rating adequado e limite crédito“, ponderou uma outra fonte que também pediu para não ser identificada.

“Dinheiro não vai ser liberado de forma indiscriminada. O fast track é para não partir do zero a análise do financiamento. Tem projetos de segurança que são semelhantes o que facilita a análise, mas a análise de crédito é outra coisa. É algo estritamente técnica”, complementou a fonte.

A linha de crédito para A área de segurança foi anunciada na semana passada pelo governo e o montante, segundo o governo, pode chegar a 42 bilhões de reais em cinco anos, sendo que cerca de 34 bilhões seriam financiados pelo BNDES. Nesse primeiro ano, a perspectiva das autoridades é que sejam liberados 5 bilhões de reais e desse total 4 bilhões de reais viriam do BNDES.

Segundo documento divulgado aos jornalistas quando os recursos foram anunciados, serão criadas 27 gerências regionais do BNDES com atuação na área de segurança pública. Essas gerências darão suporte técnico para a estruturação e implantação de planos de investimento na área.