Acionista nos EUA abre processo contra BRF após segunda fase da Carne Fraca
NOVA YORK (Reuters) - A companhia de alimentos BRF está sendo processada nos Estados Unidos por um acionista que acusou o maior exportador de aves do mundo de ocultar seu envolvimento em fraudes quanto à análise sanitária de produtos alimentícios, o que culminou na prisão do ex-presidente da companhia.
Uma denúncia foi apresentada na noite de segunda-feira (12) à Corte Distrital de Manhattan em nome de detentores de American Depositary Receipts (ADRs, recibo de ação negociado nos EUA) da BRF de 4 de abril de 2013 a 2 de março de 2018, e tem como objetivo uma ação coletiva contra a companhia.
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O autor da denúncia, Ryo Nakamura, afirmou que a BRF, o ex-presidente Pedro Faria e outros funcionários inflaram artificialmente o preço das ações da empresa brasileira, enganando acionistas sobre suas operações e práticas de conformidade.
Nakamura disse que isso incluiu o pagamento de subornos a fiscais e políticos para esconder práticas não sanitárias em unidades da BRF e que o preço da ação da BRF caiu à medida que as notícias da operação Carne Fraca vieram à tona.
Os ADRs da BRF fecharam a US$ 7,59 em 5 de março, queda de 19% em um dia, após Faria ser preso e a Justiça determinar a prisão de outras dez pessoas.
O processo visa danos não especificados. A BRF não tinha comentários imediatos nesta terça-feira (13).
Ações de acionistas são comuns nos EUA
É comum nos Estados Unidos acionistas entrarem com ações judiciais de fraude de valores mobiliários após a revelação de suposta conduta ilícita que tenha causado queda no preço das ações de uma empresa.
Companhias não norte-americanas, como a BRF, gozam de uma proteção parcial em tais processos uma vez que a Suprema Corte dos EUA em 2010 tornou mais difícil processar em relação a ativos financeiros vendidos ou listados fora dos Estados Unidos.
(Reportagem de Jonathan Stempel em Nova York e Ana Mano em São Paulo)
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