Em ato no Rio após morte de Marielle, trajetória de luta é lembrada como inspiração
Por Maria Clara Pestre
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Sob os gritos de "Marielle Sempre Presente", ativistas, amigos e familiares da vereadora Marielle Franco (PSOL), morta a tiros na noite de quarta-feira, reuniram-se em frente à Câmara Municipal do Rio de Janeiro e lembraram que a luta dela deve ser levada adiante.
Ocupando boa parte da Cinelândia, no centro da cidade, o público de maioria feminina segurava flores e cartazes com dizeres como "Não Nos Calarão" e "Quem Matou Marielle Franco?", homenageando a ativista de direitos humanos cujo corpo será velado no local durante a tarde desta quinta-feira.
"Quando a vida das mulheres negras começar a ter importância, o mundo será transformado. E aí sim, todas as vidas importarão. Marielle sempre presente, ela está aqui. Ela vive em nós", disse em discurso à multidão Adaiane Silva, que participou do evento "Jovens Negras Movendo as Estruturas" com Marielle, na noite em que ela foi assassinada.
A política de 38 anos, que denunciava abusos em ações da polícia em favelas, foi alvejada dentro do carro em que estava com outras duas pessoas após deixar o evento na noite de quarta-feira. O motorista do veículo da parlamentar também morreu, e uma assessora da vereadora ficou ferida.
O autor dos disparos fugiu sem levar nada e a motivação do crime está sendo investigada pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio. Durante a vigília desta quinta-feira, participantes levantavam cartazes com dizeres como "Executam Quem Levanta Sua Voz", denunciando a possível execução da parlamentar.
"Essa foi a última frase dela: 'Avante Pretas'", disse Adaiane, entoando a frase que foi repetida ao gritos pela multidão que se reunia em frente à Câmara Municipal do Rio.
Marielle foi a quinta vereadora mais votada nas eleições municipais de 2016, levando a defesa de minorias ao Legislativo carioca, feito lembrado na vigília desta quinta-feira.
Ativistas aproveitaram o ato para pedir que os esforços de Marielle na defesa de direitos humanos não sejam esquecidos.
"A trajetória de luta dela é o que dá força para gente continuar. O exemplo dela é o que dá força para a gente não abaixar a cabeça. A melhor forma de honrar toda a história da Marielle é, de fato, dedicar todos os segundos dos nossos dias à luta de que ela fazia parte", disse a militante Danielle Ramos, de 26 anos, do Movimento de Mulheres Olga Benário.
O assassinato de Marielle ocorreu em meio a uma intervenção federal no Estado na área de segurança pública adotada desde o mês passado, devido a uma escalada da violência e a uma profunda crise financeira que afetou a capacidade de investimento nas forças policiais.
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