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BC britânico mantém taxa de juros em 0,5%; dois membros votam por aumento

22/03/2018 09h27

LONDRES (Reuters) - O banco central britânico manteve a taxa de juros nesta quinta-feira (22), mas dois membros votaram inesperadamente por um aumento imediato, em um comunicado que aumentará a confiança dos investidores de que os custos dos empréstimos subirão em maio.

O Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra decidiu, por 7 votos a 2, manter a taxa de juros em 0,5%, mas disse que "o aperto em curso" provavelmente será necessário para levar a inflação de 2,7% de volta à meta.

Ian McCafferty e Michael Saunders - que foram os primeiros a pedir que os juros aumentassem em 2017 - disseram que agora é hora de a taxa aumentar novamente pela segunda vez desde a crise financeira de 2008.

Globalmente, a economia está crescendo no ritmo mais rápido desde a crise financeira de 2007 e 2008, ajudando o Reino Unido em um momento em que está sofrendo com a incerteza sobre o Brexit.

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, elevou na quarta-feira a taxa de juros pela sexta vez desde a crise financeira. Mesmo o Banco Central Europeu - que ainda está lutando com um crescimento anêmico dos preços - está de olho na redução de suas enormes compras de títulos.

Nenhum economista consultado pela Reuters esperava que o Banco da Inglaterra elevasse os juros na reunião de março, e apenas uma minoria esperava que Saunders ou McCafferty votassem a favor de um aumento.

No mês passado, o presidente do BC britânico, Mark Carney, e seus colegas surpreenderam os mercados ao dizer que os juros poderiam ter que subir mais rápido do que o esperado, devido à forte economia global e à inflação acima da meta.

Nesta quinta-feira, o banco central disse que os acontecimentos econômicos desde então sustentam essa visão.

"Dada a perspectiva de demanda em excesso no período projetado, um aperto em curso da política monetária no período projetado seria apropriado para levar a inflação de forma sustentável de volta à meta em um horizonte mais convencional", disse.

(Por David Milliken e Andy Bruce)