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AES Tietê melhora desempenho de parque eólico comprado da Renova Energia

09/05/2018 12h37

SÃO PAULO (Reuters) - A geradora AES Tietê tem conseguido melhorar a performance do parque eólico Alto Sertão II, comprado pela empresa junto à Renova Energia no ano passado, disseram executivos da companhia em teleconferência nesta quarta-feira.

A empresa, da norte-americana AES, pagou 600 milhões de reais pelo empreendimento na Bahia, com 386 megawatts em capacidade. Ela ainda assumiu 1,15 bilhão de reais em dívidas do projeto e se comprometeu a pagar um adicional de até 100 milhões de reais a depender do desempenho do ativo nos próximos cinco anos.

Em agosto passado, o parque eólico tinha 14 aerogeradores indisponíveis, número que foi reduzido pela AES Tietê para 2 máquinas em março e nenhuma em abril deste ano, segundo números divulgados pela companhia.

Já o fator de paradas forçadas equivalentes do empreendimento caiu de 9,6 por cento em agosto para 5,6 por cento em março e 2,9 por cento no mês passado.

"Isso mostra nossa excelência quanto à manutenção dos parques, sempre focados no aumento da eficiência, minimização de perdas e aumento do resultado", disse o presidente da AES Brasil, Julian Nebreda.

O parque eólico contribuiu com 32,8 milhões de reais para a geração de caixa do primeiro trimestre, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). O Ebitda consolidado da AES Tietê somou 258,9 mi no período, estável ante o ano anterior.

AQUISIÇÕES NO RADAR

Executivos da AES Tietê disseram também que a empresa pretende atingir sua meta de expansão em geração renovável até 2020 com aquisições, com foco na compra de projetos que tenham sinergias com os ativos da companhia ou que tenham espaço para ganhos de eficiência operacional.

A AES Tietê tem como objetivo chegar a 2020 com 50 por cento da geração de caixa proveniente de usinas renováveis não-hídricas e com contratos de longo prazo.

Mas a meta vem em um momento em que leilões do governo brasileiro para viabilizar novos projetos de geração registram preços cada vez mais baixos, em meio a uma acirrada disputa dos investidores pelos contratos.

"Nossa visão básica é que nós devemos atingir a meta de 2020 com aquisições... Nós não vemos, realmente, que leilão vá ser necessariamente nosso principal (foco), que vá ter um papel relevante em nossa estratégia", disse Nebreda, durante teleconferência com acionistas e investidores.

CAIXA E DIVIDENDO

A AES Tietê fechou o primeiro trimestre do ano com uma robusta posição de caixa, de 1,74 bilhão de reais, mas esse valor pode cair para entre 200 milhões e 300 milhões de reais com desembolsos já no radar da companhia, disse a diretora vice-presidente, Clarissa Della Nina.

Ela explicou que cerca de 600 milhões de reais serão utilizados até a metade do ano para concluir a compra do complexo solar Guaimbê, de 150 megawatts, que está em construção em São Paulo pelo grupo espanhol Cobra.

A empresa também se prepara para um eventual desembolso caso consiga um acordo com o governo em relação a um passivo atualmente discutido na Justiça, relacionado ao risco hidrológico em suas hidrelétricas.

Uma proposta do governo para um acordo sobre o assunto consta da medida provisória 814/17, que está em tramitação no Congresso.

"Na verdade parece que é muito caixa, mas (é uma reserva para) se a gente tiver que entrar em um acordo, ou se cair nossa liminar e tivermos que pagar", explicou.

Ela disse que o caixa restante deverá ser usado para tocar obras em andamento.

"A gente não quer ficar segurando caixa. Então, tendo caixa disponível a gente vai distribuir aos acionistas", adicionou.

A AES Tietê teve lucro líquido de 54,8 milhões de reais no primeiro trimestre, queda de 56,5 por cento na comparação anual.

A empresa aprovou a distribuição de 69 milhões de dividendos, ou 0,0349 real por ação ordinária e preferencial e 0,1748 real por Unit, com pagamento até 25 de julho. As ações da companhia passarão a ser negociadas “ex-dividendos” a partir de 11 de maio.

(Por Luciano Costa)