Varejo do Brasil cresce no 1º tri, mas mostra irregularidade no início do ano
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - As vendas no varejo do Brasil registraram melhor resultado para março em cinco anos, encerrando o primeiro trimestre com ganhos, mas ainda indicando oscilações no desempenho da economia no início do ano.
As vendas varejistas subiram 0,3% em março sobre o mês anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (11), primeiro resultado positivo para o mês desde 2013 (+0,5%).
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Com isso, o varejo terminou o primeiro trimestre de 2018 com aumento de 0,7% nas vendas sobre o quarto trimestre de 2017, quando houve estabilidade.
Entretanto, o início do ano foi marcado por irregularidade, após queda mensal de 0,2% em fevereiro e avanço de 0,9% em janeiro.
"O varejo mantém um processo de volatilidade e isso tem a ver com o ritmo lento e gradual da atividade econômica. O comércio está na mesma velocidade da economia em geral", explicou a economista do IBGE Isabella Nunes.
Na comparação anual, houve alta de 6,5 por cento nas vendas, melhor resultado desde abril de 2014 (6,7%) mas impulsionado pelo fato de este ano a Páscoa ter caído em março, contra abril em 2017.
As expectativas em pesquisa da agência de notícias Reuters eram de altas de 0,3% na comparação mensal e de 5,5% sobre um ano antes.
Venda de combustíveis subiu
O destaque no mês ficou por conta das vendas de combustíveis e lubrificantes, que cresceram 1,4% após quatro meses de quedas.
Também registraram aumento nas vendas artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,1%); tecidos, vestuário e calçados e outros artigos de uso pessoal e doméstico (ambos com 0,7%); e móveis e eletrodomésticos (0,1%).
O varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, mostrou alta de 1,1% nas vendas, resultado que se deveu ao aumento de 2,9% em veículos e motos, partes e peças.
Economia difícil de engrenar
O movimento de sobe e desce do varejo está em linha com uma economia que vem mostrando dificuldades de mostrar desempenho regular mesmo com inflação e juros baixos, uma vez que o desemprego segue alto e limita o consumo num ano eleitoral carregado de incertezas.
"O cenário para o consumo privado e as vendas varejistas continua positivo, mas não exuberante. À frente, o setor de varejo deve ser sustentado pela queda nos preços de alimentos e na inflação, melhora do emprego e condições de crédito ao consumidor gradualmente menos exigentes", avaliou o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos.
O resultado soma-se ao da indústria, que terminou o primeiro trimestre estagnada. Os dados mais fracos que o esperado e a confiança abalada já levaram os economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central a reduzirem suas expectativas de crescimento econômico neste ano a 2,7%, sobre 3% antes mais no início do ano.
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