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BRF prevê suspender operações em 13 unidades nesta quarta-feira por greve de caminhoneiros

23/05/2018 16h17

SÃO PAULO (Reuters) - A BRF suspendeu as atividades em quatro unidades de abate de frangos e suínos nesta manhã e irá paralisar parcial ou totalmente as operações de outras nove fábricas ainda nesta quarta-feira em razão da greve dos caminhoneiros, de acordo com comunicado da companhia de alimentos.

"A medida decorre da falta do recebimento de matéria-prima, insumos e animais para abate, além da falta de caminhões para escoar produção acabada", disse a maior produtora de carnes de aves e suínos do Brasil em nota assinada pelo diretor presidente global, Lorival Nogueira Luz Jr.

Os protestos de caminhoneiros contra tributos no diesel que elevam os custos para a categoria entram no terceiro dia nesta quarta-feira.

Na véspera, a Cooperativa Central Aurora Alimentos, terceira maior produtora de carnes de aves e suínos do Brasil, anunciou a paralisação total das atividades das indústrias de processamento de aves e suínos em Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, na quinta e sexta-feira, devido a problemas causados pela greve dos caminhoneiros.

De acordo com a BRF, as quatro unidades que tiveram suas atividades paralisadas nesta manhã estão localizadas em Nova Marilândia (MT), Dois Vizinhos (PR), Toledo (PR) e Campos Novos (SC). As outras nove plantas estão em Rio Verde (GO), Uberlândia (MG), Dourados (MS), Chapecó (SC), Garibaldi (RS), Marau (RS), Concordia (SC), Herval do Oeste (SC) e Francisco Beltrão (PR).

A companhia informou que diversos insumos utilizados na industrialização de alimentos não foram entregues entre a véspera e esta quarta-feira, "prejudicando a produção habitual da companhia".

"Além disso, detectamos falta considerável de abastecimento de ração destinada aos animais alojados nos nossos produtores rurais parceiros, já impactando cerca de 1 milhão de animais e podendo alcançar a totalidade de nosso plantel nos próximos dias", esclareceu a BRF.

A empresa pediu esforços do Movimento dos Transportadores e do governo para a solução do impasse e o fim da greve o quanto antes.

"A impossibilidade de transporte de insumos e produtos causa perdas para os produtores rurais, colaboradores e empresa, assim como compromete severamente o bem-estar animal e prejudica o atendimento ao consumidor", disse BRF.

No primeiro trimestre de 2015, quando houve uma greve de caminhoneiros que durou 12 dias, a BRF apresentou um gasto de 41,7 milhões de reais em despesas com ociosidade, resultantes principalmente daquela paralisação, que ocorreu durante o mês de fevereiro.

Por volta das 16:16, as ações da BRF caíam cerca de 3 por cento, enquanto o Ibovespa tinha queda de 2 por cento.

(Por Paula Arend Laier)