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Mais moderação no crescimento da zona do euro e possível, mostra ata do BCE

24/05/2018 11h48

FRANKFURT (Reuters) - O crescimento da zona do euro pode desacelerar ainda mais e a incerteza está aumentando, mas a expansão do bloco permanece sólida e generalizada, concluíram as autoridades do Banco Central Europeu (BCE) em abril, segundo a ata da reunião divulgada nesta quinta-feira.

Com as compras de 2,55 trilhões de euros em títulos previstas para terminar em setembro, as autoridades monetárias estão debatendo a possibilidade de reduzir as compras ou manter o estímulo por mais tempo devido a uma inesperada desaceleração no crescimento econômico e aumento do risco político, particularmente na Itália.

"A incerteza em torno da perspectiva aumentou e a cautela foi vista como justificada ao interpretar os desenvolvimentos recentes, também porque a moderação no crescimento pareceu ser generalizada entre os países e setores", disse o BCE na ata da reunião de 26 de abril.

"Um enfraquecimento mais pronunciado da demanda, notadamente relacionado a fatores externos, não poderia, portanto, ser descartado."

Indicadores que vão do Produto Interno Bruto (PIB) aos dados do PMI apontam para uma grande desaceleração e a questão é se a atividade se nivelará a uma taxa mais baixa ou se haverá mais fraqueza, depois que o crescimento atingiu níveis insustentáveis ​​na virada do ano.

Por enquanto, as autoridades monetárias minimizaram as preocupações, argumentando que o crescimento ainda é robusto e acima do potencial do bloco, de modo que o BCE ainda pode encerrar as compras de ativos antes do final do ano, uma vez que as pressões inflacionárias continuarão aumentando.

Mas os membros do BCE argumentam em particular que a desaceleração pode significar um primeiro aumento dos juros mais tarde do que o esperado e a trajetória geral da taxa básica seria mais fraca, já que o BCE dificilmente poderia arcar com um grande aperto nas condições financeiras.

Eles também temem que o governo da Itália possa afrouxar excessivamente a política fiscal e reverter uma reforma previdenciária, provocando uma turbulência no mercado que poderia minar a confiança dos investidores.

(Por Balazs Koranyi)