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Comandante da Aeronáutica defende parceiras da Embraer com outras empresas

04/07/2018 19h27

SÃO PAULO (Reuters) - O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, afirmou nesta quarta-feira que a Embraer precisa analisar propostas de parcerias com outras empresas sob risco de ficar sem recursos para investimentos.

"É justo que a empresa analise as possibilidades de negócios", disse Rossato durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, segundo a Agência Câmara.

"Não existe nada de concreto, há estudos sendo feitos, mas nós estamos considerando muito essa questão de soberania”, acrescentou o brigadeiro, segundo a agência, se referindo à críticas de deputados que defendem que a Embraer seja mantida integralmente.

Embraer e a norte-americana Boeing discutem um potencial acordo de união de negócios desde o final do ano passado e há meses têm afirmado que as discussões estão avançando no grupo de trabalho formado pelo governo brasileiro para discutir o assunto. O Brasil detém uma golden share na Embraer e por isso tem direito a vetar decisões de cunho estratégico da companhia.

Na véspera, reunião do grupo com o presidente Michel Temer terminou sem avanços aparentes, com uma fonte próxima da situação afirmando à Reuters que ainda não há sinais de que uma solução definitiva para um acordo entre as empresas seja aprontada para um horizonte próximo.

Na comissão, nesta quarta-feira, segundo a Agência Câmara, Rossato chegou a comentar aos deputados que os engenheiros da Embraer podem correr risco de demissão se a empresa não obter novos programas de desenvolvimento de produtos, afirmando que os projetos de desenvolvimento da nova família de jatos de passageiros E-2 e do cargueiro KC-390 estão sendo concluídos pela companhia.

Questionado pelos parlamentares sobre a venda de parte da Embraer para a norte-americana Boeing, Rossato respondeu que os entendimentos feitos até agora preservam totalmente as subsidiárias da empresa brasileira na área de defesa, informou a agência.

Procurada pela Reuters, a Embraer não pode comentar o assunto de imediato.

Também presente na audiência, o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, afirmou que os cortes de recursos do ministério reduziram a capacidade de investimento militar no país. Rossato afirmou que a maior parte dos empreendimentos da Embraer (na área de Defesa) são gerados pelo governo.

As ações da Embraer encerraram o dia em alta de 3,7 por cento, cotadas a 26,95 reais. Mais cedo, os papéis chegaram a subir quase 8 por cento em meio às expectativas dos investidores sobre um anúncio de parceria da empresa com a Boeing.