Justiça ordena que Petrobras retenha pagamentos à SBM, diz empresa holandesa
AMSTERDÃ (Reuters) - O grupo holandês de engenharia naval SBM Offshore informou nesta quinta-feira que um tribunal brasileiro ordenou à Petrobras que retenha provisoriamente alguns pagamentos à SBM para garantir que a empresa holandesa pague penalidades que venham a receber em um caso de corrupção.
As ações da SBM caíram mais de 8 por cento no início do pregão de Amsterdã, devolvendo ganhos obtidos na quarta-feira, quando anunciou um novo contrato com a petroleira Exxon Mobil.
A SBM, a maior de afretamento de plataformas no mundo e uma das principais fornecedoras da Petrobras, disse que os juízes do Tribunal Federal do Rio de Janeiro pediram à Petrobras e à SBM que enviem mais informações antes de decidirem o valor mensal a ser retido dos pagamentos.
"A empresa discorda fortemente da decisão provisória, está buscando mais esclarecimentos e está tomando todas as medidas apropriadas para defender seus interesses", disse a SBM.
A SBM, que foi acusada de pagar propinas a funcionários do governo para garantir contratos com a Petrobras, disse que não poderia dar garantias de que alcançaria um acordo favorável no Brasil.
Em novembro, dois ex-executivos da SBM se declararam culpados das acusações norte-americanas de que participaram de um esquema para subornar funcionários de três empresas petrolíferas estatais estrangeiras, incluindo a brasileira Petrobras.
A Petrobras tem estado no centro do maior escândalo de corrupção da história do Brasil, em meio a investigações sobre um esquema político de propinas envolvendo empreiteiras.
Em seu relatório anual de 2017, a SBM disse que os desenvolvimentos no Brasil, seu maior mercado único, estavam prejudicando sua capacidade de obter novos negócios. O tamanho de qualquer acordo "não pode ser confirmado, o que significa que há um risco de prolongamento da incapacidade de receber encomendas da Petrobras".
A SBM pagou 240 milhões de dólares às autoridades holandesas em 2014 para resolver casos de suborno na Guiné Equatorial, Angola e Brasil.
A ordem judicial brasileira vem apenas dois dias depois que a SBM ganhou um contrato para fornecer uma nova embarcação de produção para a Exxon Mobil na Guiana. Isso provocou o maior ganho em suas ações em quase dois anos.
A empresa registrou uma perda de 203 milhões de dólares em 2017, com ganhos operacionais subjacentes de 806 milhões de dólares.
(Por Toby Sterling)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.