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China investiga dumping nas importações de aço inoxidável de Indonésia, UE, Japão e Coreia do Sul

23/07/2018 15h37

PEQUIM(Reuters) - A China abriu investigação antidumping nesta segunda-feira sobre as importações de aço inoxidável no valor 1,3 bilhão de dólares, inclusive de uma usina chinesa de capital fechado com operações no exterior, após reclamações de danos à indústria local.

O Ministério do Comércio afirmou que a investigação terá como alvo importações de lingotes de aço inoxidável e chapas e folhas de aço inoxidável laminadas a quente da União Europeia, Japão, Coreia do Sul e Indonésia, que quase triplicaram em 2017.

A ação ocorre após uma queixa apresentada pela Shanxi Taigang Stainless Steel, com apoio de outras quatro usinas estatais, incluindo a divisão de aço inoxidável da Baosteel, que culpou as importações baratas pela queda nos preços, disse a empresa.

A China produz e consome cerca de metade do aço inoxidável do mundo, material usado para proteger edifícios, transportes e embalagens contra erosão.

Embora a denúncia tenha como alvo oito produtores estrangeiros, inclui também várias empresas chinesas, incluindo a unidade na Indonésia de um dos maiores produtores mundiais, a Tsingshan Stainless Steel, e 19 traders que importam produtos.

Algumas empresas chinesas privadas abriram ou começaram a construir fábricas na Indonésia nos últimos anos, aproveitando os abundantes recursos de níquel e o baixo custo de produção.

Uma parte significativa da nova produção foi vendida na China, dizem analistas.

O rápido aumento das importações prejudicou o mercado chinês, de acordo com a queixa apresentada pela empresa Shanxi Taigang e divulgada com o documento do Ministério do Comércio.

Quase dois terços das importações de inox da China vieram da Indonésia no ano passado, acima dos 5 por cento em 2016 e zero em 2015, de acordo com a denúncia. O volume importado da Indonésia subiu para 86 por cento no primeiro trimestre.

Os preços dos produtos de aço inoxidável importados caíram 23 por cento, para 1.867 dólares a tonelada em 2017, em comparação a 2.436 dólares um ano antes.

"Se permitirmos que esses produtos continuem a entrar no mercado chinês com preços baixos e conquistem mais participação de mercado, as vendas de produtos domésticos da China continuarão a cair", diz a reclamação.

As empresas europeias alvos da investigação incluem Acerinox, da Espanha, Outokumpu Oyj, da Finlândia, e Aperam, com sede em Luxemburgo.

Entre as empresas japonesas estão a Nindhin Steel, a Nippon Steel & Sumitomo Metal e a JFE Steel. A siderúrgica PT Jindal Stainless da Indonésia e a sul-coreana Posco 005490.KS também estão listadas.

(Por Muyu Xu e Josephine Mason)