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FMI diz que dólar está sobrevalorizado e iuan chinês está em linha com fundamentos

24/07/2018 12h52

WASHINGTON (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nessa terça-feira que o dólar está sobrevalorizado, que o iuan está em linha com os fundamentos e quase metade dos saldos das contas correntes globais estão agora excessivos, aumentando os riscos de crescimento e as tensões comerciais.

O FMI, em seu relatório anual do setor externo, no qual avalia as taxas de câmbio e os superávits e déficits em conta corrente, também disse que esses superávits e déficits em conta corrente estão se tornando cada vez mais concentrados nas economias avançadas.

O relatório foi baseado em dados e projeções da equipe do FMI em 22 de junho.

Entretanto, o iuan chinês caiu significativamente nas últimas semanas em meio à intensificação das tensões comerciais com os Estados Unidos.

O iuan atingiu uma mínima de 13 meses nesta terça-feira, de 6,8295 dólares, com as autoridades em Pequim sinalizando mais afrouxamento monetário para apoiar a economia em meio a uma crescente guerra tarifária com os Estados Unidos.

O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse à Reuters na sexta-feira que estava preocupado com a queda do iuan e que o Tesouro norte-americano "analisará com muito cuidado se eles manipularam a moeda".

O FMI disse que sua equipe estimou que o superávit em conta corrente da China cresceu ligeiramente no ano passado, para 1,7 por cento do Produto Interno Bruto, e listou a China entre os países com saldos excessivos. Outros países com superávits excessivos citados pelo FMI incluíram Alemanha, Coreia do Sul, Holanda, Suécia e Cingapura.

Os países citados como tendo déficits em conta corrente excessivos - aqueles que tomam empréstimos demais - incluíam Estados Unidos, Grã-Bretanha, Turquia e Argentina.

O relatório disse que a equipe do FMI avaliou o dólar novamente como sobrevalorizado em comparação com os níveis implícitos nos fundamentos de médio prazo, em cerca de 8 a 16 por cento no ano passado.

O presidente dos EUA, Donald Trump, rompeu com o protocolo nos últimos dias e se queixou de que os aumentos das taxas de juros pelo Federal Reserve estavam causando o aumento do valor do dólar e corroendo a "vantagem competitiva" das exportações norte-americanas.