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Ibovespa cai com embolso de lucros puxado por bancos após balanço do Bradesco

26/07/2018 17h40

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda de 1 por cento nesta quinta-feira, com o resultado trimestral do Bradesco de modo geral dentro do esperado abrindo espaço para alguma realização de lucros principalmente no setor bancário, em sessão marcada ainda pelos balanços de Vale e Ambev.

O principal índice de ações da B3 caiu 1,01 por cento, a 79.405,34 pontos, um dia após superar os 80 mil pontos pela primeira vez desde maio. No mês, contudo, o Ibovespa ainda sobe mais de 9 por cento. O volume financeiro na bolsa nesta quinta-feira somou 11,7 bilhões de reais.

Na visão do analista-chefe da Rico Investimentos, Roberto Indech, foi um pregão sem muita referência além dos resultados corporativos, com o embolso de lucros em alguns papéis pressionando o Ibovespa para baixo, e o declínio dos papéis do Bradesco chamando mais a atenção.

"Com o dia sem grandes referências, estou vendo mais realização de algumas ações que estão puxando o Ibovespa para baixo", afirmou.

O panorama eleitoral não trouxe novidades relevantes, destacando apenas a formalização do apoio do chamado blocão --formado por PP, DEM, PR, PRB e SD-- ao pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, mas sem uma definição do nome que vai compor a chapa como candidato a vice.

Wall Street encerrou sem viés único, com a queda nas ações de tecnologia na esteira do tombo dos papéis do Facebook pesando no Nasdaq e no S&P 500, enquanto o Dow Jones subiu com algum alívio na disputa comercial entre Estados Unidos e União Europeia.

DESTAQUES

- BRADESCO PN caiu 2,55 por cento, após alta de mais de 3 por cento nos últimos dois pregões, mesmo diante da elevação de quase 10 por cento no lucro no segundo trimestre, apoiada na melhora no resultado de seguros e em menores despesas com provisões para calotes, uma vez que o desempenho da tesouraria não animou. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 1,58 por cento. No mês, contudo, os papéis acumulam elevação acima de 14 por cento cada.

- VALE avançou 1,99 por cento, tendo no radar balanço do segundo trimestre, com Ebitda ajustado de 14,187 bilhões de reais, além de anúncio de recompra de 1 bilhão de reais em ações e aprovação pelo conselho de administração de pagamento ao acionista de 7,694 bilhões de reais. BRADESPAR PN, que concentra seus investimentos em Vale, subiu 2,05 por cento.

- AMBEV valorizou-se 5,24 por cento, liderando as altas do Ibovespa, após divulgar lucro líquido ajustado de 2,35 bilhões de reais entre abril e junho, alta de 9,7 por cento ante mesmo período de 2017, puxado por aumento de dois dígitos na receita líquida, com maiores vendas de cerveja durante a Copa do Mundo.[nL1N1UM1M2]

- EQUATORIAL ENERGIA subiu 3,29 por cento, após a elétrica arrematar a Cepisa, distribuidora de eletricidade da Eletrobras, responsável pelo fornecimento no Piauí, em leilão de privatização realizado nesta quinta-feira.

- ELETROBRAS PNB e ELETROBRAS ON caíram 5,75 e 5,97 por cento, respectivamente, na ponta negativa do Ibovespa, tendo no radar o leilão privatização da Cepisa, sem competição.

- EDP Energias do Brasil recuou 5,14 por cento, após divulgar lucro líquido de 227,7 milhões de reais, alta de 60,3 por cento ante o mesmo período do ano passado.

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON cederam 2,76 e 2,52 por cento, respectivamente, apesar da alta dos preços do petróleo no mercado externo.

- CARREFOUR BRASIL, que não está no Ibovespa, subiu 3,25 por cento, depois de anunciar lucro líquido de 440 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 47 por cento ano a ano, em um desempenho apoiado na expansão das vendas da rede Atacadão e nos efeitos causados pela queda da dívida do grupo e dos juros da economia.

- PARANAPANEMA, que também não faz parte do índice, recuou 7,04 por cento, em meio a uma nova fase da operação Zelotes, que investiga fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), deflagrada nesta quinta-feira, e que tem a mineradora entre os alvos.