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Bovespa recua com preocupações sobre guerra comercial; Gol cai após balanço

02/08/2018 11h51

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quinta-feira, alinhado à queda de bolsas no exterior por preocupações com a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China e com as ações da companhia aérea Gol recuando mais de 2 por cento, após divulgação de forte prejuízo no trimestre e revisão de estimativas.

Às 11:44, o principal índice de ações da B3 caía 0,19 por cento, a 79.151,87 pontos. O volume financeiro somava 2,65 bilhões de reais.

"Novas ameaças de Trump em aumentar as tarifas de importação para produtos da China pesam no humor dos investidores nesta manhã de quinta-feira, com praticamente todas as bolsas de valores pressionadas", citou a equipe da corretora Mirae em nota a clientes sobre decisão do presidente dos EUA na véspera.

O governo de Donald Trump informou na quarta-feira que vai propor uma tarifa de 25 por cento, ante 10 por cento anteriormente, sobre 200 bilhões de dólares em bens chineses. Se a ação for confirmada, a China disse que vai revidar, afirmando que a "extorsão" não irá funcionar.

Em Wall Street, o S&P 500 reduzia as perdas para 0,05 por cento, o que também afastava o Ibovespa da mínima registrada mais cedo, quando caiu 0,92 por cento.

DESTAQUES

- GOL recuava 2,04 por cento após divulgar prejuízo líquido depois da participação minoritária de 1,326 bilhão de reais no segundo trimestre, um aumento de 177,6 por cento em relação à perda de um ano antes, afetado pelo câmbio, embora o Ebit tenha crescido 92,7 por cento, para 42,8 milhões de reais no período. A companhia aérea também revisou estimativas.

- VALE tinha queda de 1,92 por cento, principal peso negativo no Ibovespa dada a sua relevante participação na carteira do índice, tendo de pano de fundo preocupações com os planos norte-americanos de impor uma tarifa de 25 por cento em importações chinesas avaliadas em 200 bilhões de dólares, em meio a uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, o que derrubou os preços futuros do minério.

- PETROBRAS PN subia 1,35 por cento, conforme os preços do petróleo no exterior ensaiavam melhora, tendo no radar divulgação do balanço do segundo trimestre da petrolífera de controle estatal, prevista para a sexta-feira, antes da abertura da bolsa.

- BRADESCO PN e ITAÚ UNIBANCO PN caíam 0,65 e 0,53 por cento, respectivamente, contaminados pelo cenário negativo de modo geral.

- ULTRAPAR subia 9,2 por cento, após tocar mínima em mais de cinco anos na véspera, em sessão marcada pela divulgação do resultado trimestral e anúncio de distribuição de juros sobre capital próprio pelo grupo, dono dos postos de gasolina Ipiranga, da distribuidora de gás Ultragaz, da rede de drogarias Extrafarma e da empresa de químicos Oxiteno.

- COSAN avançava 3,44 por cento, no segundo dia de alta, após recuar quase 6 por cento na terça-feira, afetada por operação da Polícia Civil do Paraná relacionada a suspeita de controle criminoso dos preços nas bombas. Em comunicado nesta quinta-feira, a Cosan negou que a Raízen, uma joint venture com a Shell para os setores de cana e combustíveis, alvo da operação, tenha formado cartel para a formação de preços em postos do Paraná e do Distrito Federal.

(Por Paula Arend Laier)