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S&P rebaixa rating do Casino com aproximação de prazo para refinanciamento

Dominique Vidalon

03/09/2018 16h02Atualizada em 03/09/2018 17h13

PARIS (Reuters) - A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou o rating do Casino nesta segunda-feira e colocou a classificação ainda mais para dentro do território "junk", atrapalhando os esforços do varejista francês para tranquilizar os investidores sobre a sustentabilidade de suas finanças antes de um prazo de pagamento.

O rebaixamento em um nível do rating do Cassino, de 'BB+' para 'BB', veio depois que o preço das ações do varejista despencou 15 por cento na sexta-feira, quando o norte-americano Muddy Waters sinalizou o atraso de um documento regulatório da subsidiária Casino Finance.

O Casino respondeu nesta segunda-feira, dizendo que a posição de caixa da Casino Finance, que emite títulos para o varejista, ficou em 801 milhões de euros no final de junho, contra 586 milhões de euros no final de 2017.

A empresa também disse que a decisão da S&P não levou em conta seu plano de vender ativos no valor de 1,5 bilhão de euros e que não teria impacto sobre sua liquidez ou custo do serviço de sua dívida.

No entanto, as preocupações dos investidores com a alavancagem da empresa levaram o preço das ações a seu nível mais baixo desde 1996, enquanto o rendimento de seus títulos de dois anos subiu para mais de 8 por cento e o custo de garantir sua dívida contra a inadimplência atingiu um recorde.

"A dívida e a alavancagem financeira do Casino permaneceram acima de nossas expectativas para a nota 'BB+' por mais de dois anos, apesar do bom momento de negociação e das intenções da administração de vender ativos para reduzir a dívida", disse a S&P em comunicado explicando o rebaixamento.

A agência de classificação acrescentou que a queda significativa recente no preço das ações do Casino, o alargamento dos spreads de crédito do varejista e sua altamente alavancada holding, Rallye, apontam um risco elevado de refinanciamento para a Rallye.

O Casino confirmou nesta segunda-feira as metas de lucro e desalavancagem de 2018, citando um bom momento de vendas na França e na América Latina, inicialmente elevando o preço de suas ações antes que o comunicado da S&P revertesse esses ganhos iniciais.

Os papéis do varejista, que recuaram 45 por cento até o momento em 2018, fecharam o pregão desta segunda-feira em queda de 3,08 por cento, a 26,47 euros.

(Por Dominique Vidalon)