Facebook e Twitter depõem ao Congresso dos EUA sobre influencia política de estrangeiros
Por Patricia Zengerle
WASHINGTON (Reuters) - Executivos do Facebook e Twitter defenderam suas empresas no Congresso dos Estados Unidos nesta quarta-feira sobre o que os legisladores veem como um fracasso no combate aos esforços estrangeiros para influenciar a política norte-americana.
A vice-presidente de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, que testemunhou ao lado do presidente-executivo do Twitter, Jack Dorsey, reconheceu ao Comitê de Inteligência do Senado que a empresa demorou a responder aos esforços russos para interferir na eleição norte-americana de 2016 e nas discussões políticas em geral nos EUA, mas insistiu que a empresa está melhorando.
"Nós removemos centenas de páginas e contas envolvidas em comportamento não autêntico coordenado - o que significa que eles enganaram os outros sobre quem eram e o que estavam fazendo", disse Sandberg.
Dorsey também descreveu a monitoração mais rígida do Twitter sobre o uso malicioso de sua plataforma, incluindo a notificação à polícia no mês passado de contas que pareciam estar localizadas no Irã. O executivo disse que a empresa suspendeu 770 contas por violar as políticas do Twitter.
O Facebook, o Twitter e outras empresas de tecnologia estão na defensiva há muitos meses devido à atividade de influência política em suas plataformas, bem como às preocupações com a privacidade do usuário.
"Infelizmente, o que eu descrevi como 'vulnerabilidade de segurança nacional' e 'risco inaceitável', em novembro, continua sem solução", disse o senador Richard Burr, presidente do comitê.
Antes da audiência, o presidente norte-americano, Donald Trump, sem dar provas, acusou as próprias redes sociais de interferirem nas eleições de novembro, dizendo ao jornal Daily Caller que as empresas de mídia social são "superliberais".
A audiência pesava nas ações das companhias, com os papéis do Twitter em baixa de quase 5 por cento e os do Facebook cedendo 1,7 por cento por volta das 13:05 (horário de Brasília).
Executivos das empresas, que repetidamente negaram o viés político, viajaram várias vezes a Washington para testemunhar no Congresso, incluindo 10 horas de depoimento do presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, durante dois dias em abril.
O Comitê de Inteligência do Senado está estudando os esforços russos para influenciar a opinião pública norte-americana durante a presidência de Trump, depois que as agências de inteligência dos EUA concluíram que entidades apoiadas pelo Kremlin buscaram aumentar suas chances de conquistar a Casa Branca em 2016.
(Por Patricia Zengerle)
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