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PT quer imposto progressivo para terras improdutivas e sem reflorestamento, diz Haddad

05/09/2018 07h22

(Reuters) - O PT pretende tornar o Imposto Territorial Rural (ITR) progressivo para proprietários de terras improdutivas e para aqueles que desmatarem além do limite autorizado por lei, disse na terça-feira o candidato a vice na chapa do partido à Presidência da República, Fernando Haddad, em entrevista à Record News.

Ainda aparecendo como vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou o registro de Lula, Haddad foi entrevistado nesta terça-feira na sequência de encontros com vice-presidenciáveis.

O PT tem até o dia 11 de setembro para decidir o que fazer com a candidatura de Lula, e planeja usar todo o prazo.

Questionado se PT iria investir na reforma agrária se voltar ao governo, Haddad explicou que o plano do partido é incentivar o uso das terras improdutivas e o reflorestamento.

“O imposto vai crescer enquanto ele não atingir uma determinada produtividade. Se atingir, o imposto cai. E imagine se ele desmatar além do autorizado por lei. Se não reflorestar, vai pagar progressivo no tempo. Se reflorestar e se produzir, o imposto cai”, disse Haddad.

Os recursos oriundos do imposto seriam usado para a compra de terras para a reforma agrária, acrescentou.

REGISTRO

O ex-prefeito de São Paulo foi mais uma vez intensamente questionado sobre a manutenção do nome de Lula como candidato, apesar da decisão do TSE, e do risco de o PT não conseguir transferir votos para ele, mas desconversou.

Haddad insistiu que o partido irá até o final com Lula, entrando com todos os recursos possíveis. Na terça, já foram apresentados pedidos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Comitê de Direitos Humanos da ONU.

“Eu falo como vice e como advogado de Lula. Vou defender Lula até o último recurso”, afirmou. “Estamos em uma situação muito grave nesse país. Nosso entendimento é que temos que defender nosso projeto e a compreensão do povo é crescente. De 7 abril para cá (quando foi preso) ele (Lula) aumentou sua intenção de votos em 15 pontos, sem abrir a boca. Eu não tenho dúvida do entendimento das pessoas”.

Lula foi enquadrado pelo TSE na Lei da Ficha Limpa por ter sido condenado em segunda instância pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP). O ex-presidente nega as acusações e afirma ser vítima de uma perseguição política.