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Onyx Lorenzoni negocia apoios para Bolsonaro e garante que "não haverá toma lá, dá cá"

08/10/2018 00h40

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O principal articulador político da campanha do candidato Jair Bolsonaro (PSL), o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), afirmou na noite de domingo que estava sendo procurado por políticos interessados em apoiar o ex-capitão no segundo turno e indicou que a estratégia será fazer negociações com parlamentares no varejo.

Segundo Onyx, o objetivo é negociar independentemente da posição dos caciques partidários, e trabalhar para que haja uma migração natural de votos de candidatos anti-PT para a candidatura de Bolsonaro.

O deputado gaúcho declarou que já foi procurado pela bancada mineira do MDB, e parlamentares de DEM, PR e PP de vários Estados, que estariam dispostos a apoiar Bolsonaro contra Fernando Haddad (PT), mesmo que os caciques de suas legendas orientem um outro caminho.

Onyx, que está cotado para assumir a Casa Civil num eventual governo de Bolsonaro, chegou a dizer que tem certeza de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso irá manifestar apoio a Haddad, mas que parte dos parlamentares e eleitores tucanos seguirá o anti-petismo.

“Uma parcela dos eleitores do Ciro não vai votar no Haddad nem que a vaca tussa. Do Alckmin também não vai no Haddad. O eleitor do Alckmin vota contra o PT, não no Alckmin apenas“, disse ele a jornalistas. “Essa lógica também vale para outros partidos“, acrescentou.

"DESELEGANTE"

Em entrevista após a apuração, em um hotel a poucos metros da casa de Bolsonaro, no Rio de Janeiro, o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, praticamente descartou o apoio dos tucanos, ao afirmar que o candidato Geraldo Alckmin foi deselegante com Bolsonaro por conta dos ataques ao deputado após ele ter sido esfaqueado em Juiz de Fora (MG).

“Ele foi extremamente deselegante durante a campanha, baixando o nível nas campanhas publicitárias e se levou pelos marqueteiros“, disse ele a jornalistas. “Isso pegou muito mal e acho muito difícil uma conversa (com Alckmin).“

Logo em seguida, o articulador político baixou um pouco o tom dado por Bebianno. “Vamos conversar com todos que quiserem conversar conosco… é muito interessante porque muitos no primeiro turno não queriam conversar conosco e agora muitos querem”, disse ele. “Não houve e não haverá toma lá dá cá.”

Mais cedo, após votar em um escola da zona oeste do Rio, Bolsonaro chegou a afirmar que já tinha apoio de cerca de 350 deputados. Ele não fez discurso no hotel, preferindo uma transmissão ao vivo no Facebook.

Do lado de fora do hotel, diversas pessoas que estiveram em um ato em apoio a Bolsonaro na porta da casa dele, também marcaram presença com camisas do Brasil e com imagens do deputado federal.