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Ibovespa fecha estável após sessão de ajustes à espera de próximos eventos eleitorais

09/10/2018 17h33

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou estável nesta terça-feira, em sessão marcada por ajustes, com agentes financeiros adotando posições mais comedidas após a euforia da véspera, enquanto aguardam novidades sobre a disputa eleitoral no país.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou estável, a 86.087,55 pontos, após oscilar da mínima de 85.432,70 pontos à máxima de 86.573,49 pontos. O giro financeiro foi menor que o da véspera, mas ainda acima da média do ano, alcançando 17,66 bilhões de reais.

Na segunda-feira, embalado pela votação expressiva de Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno da eleição, o Ibovespa subiu 4,6 por cento, a 86.083,91 pontos - maior alta percentual diária desde março de 2016. O giro financeiro foi recorde.

Na visão do estrategista-chefe da Levante, Rafael Bevilacqua, esta sessão foi de ajustes, de voltar ao padrão, após uma sessão com alguns exageros na véspera, reflexo de correção de posições principalmente por agentes locais, dado o cenário prospectivo envolvendo Bolsonaro.

No domingo, Bolsonaro teve quase 50 milhões de votos, e na percepção do mercado, dada a diferença em relação ao segundo colocado, entra como favorito na disputa do segundo turno contra o petista Fernando Haddad, em 28 de outubro.

"A menos que ocorra uma grande surpresa, ele deve sair vitorioso da eleição. Mas até lá o mercado deve experimentar volatilidade, principalmente com a divulgação de pesquisas", avalia Bevilacqua, citando que o discurso reformista de Bolsonaro é um dos fatores que agradam ao mercado.

A equipe do BTG Pactual avalia que há espaço para nova euforia na bolsa, dependendo do que acontecer no segundo turno, mas ressalta que é importante avaliar a qualidade da equipe econômica e das soluções fiscais, segundo nota a clientes.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN subiu 0,83 por cento, em dia de alta global dos preços do petróleo e reagindo ao noticiário eleitoral. Várias casas elevaram a recomendação para os ADRs da companhia na véspera, quando a preferencial da petrolífera de controle estatal fechou em alta de 11 por cento.

- VALE valorizou-se 1,07 por cento, recuperando-se de perdas na véspera, conforme mineradoras no exterior também mostraram trajetória positiva e os preços dos metais avançaram.

- GERDAU PN avançou 2,69 por cento. Para analistas do BTG Pactual, o recente desempenho pior do que a média seria uma oportunidade para montar posição. Eles esperam resultados sólidos do terceiro trimestre. "Nenhuma razão para preocupação."

- MARFRIG subiu 7,59 por cento, tendo no radar que o órgão regulador da concorrência dos EUA aprovou a venda da sua unidade Keystone Foods. Além disso, os países da União Europeia estão prestes a iniciar negociações com os Estados Unidos para permitir mais entrada de carne bovina norte-americana no bloco. A Marfrig pode se beneficiar via National Beef.

- ELETROBRAS ON avançou 3,68 por cento, também encontrando suporte em apostas sobre o desfecho eleitoral, mesmo após alta de mais de 17 por cento na segunda-feira.

- BANCO DO BRASIL teve baixa de 0,51 por cento, após alta de quase 10 por cento na véspera, reflexo do otimismo com o resultado do primeiro turno da eleição. BRADESCO PN e SANTANDER BRASIL UNIT subiram 0,36 e 0,02 por cento, respectivamente. ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,52 por cento.

- BRF cedeu 3,65 por cento, após encontro da empresa com investidores na véspera. Analistas do UBS reiteraram recomendação de venda dos papéis, citando que a empresa pode demorar mais tempo do que o mercado espera para se recuperar.

- MRV caiu 4,11 por cento, entre as maiores quedas do Ibovespa, antes da divulgação de prévia operacional do terceiro trimestre.