UE está pronta para negociar importação de carne bovina dos EUA
Por Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - Os países da União Europeia estão prestes a iniciar negociações com os Estados Unidos para permitir mais entrada de carne bovina norte-americana no bloco, o que pode ser uma grande medida para aliviar as tensões comerciais transatlânticas.
A Comissão Europeia solicitou a aprovação de seus 28 países membros no início de setembro para abrir negociações com Washington.
Especialistas em comércio já deram seu apoio, embaixadores fornecerão autorização na quarta-feira e o processo de aprovação está programado para ser concluído na próxima semana, segundo diplomatas da UE.
A questão da carne bovina está oficialmente separada de um pacto feito entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o chefe da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em julho, para tentar aliviar as tensões comerciais.
Trump prometeu reduzir o déficit comercial de 151 bilhões de dólares dos Estados Unidos com a União Europeia.
No entanto, um acordo para aumentar as importações de carne dos Estados Unidos afetaria a balança comercial, assim como agradaria a base eleitora de Trump, composta por agricultores e comunidades rurais dos EUA, que foram atingidos pela guerra comercial com a China.
Um acordo negociado sobre a carne bovina resolveria uma disputa que remonta a 1981, quando a União Europeia proibiu o uso de hormônios de crescimento na carne em todo o bloco, incluindo as importações.
A UE e os EUA acabaram por concluir um acordo em 2009 para conceder uma cota para as importações de carne sem hormônios, que atualmente é de 45 mil toneladas. No entanto, de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio, a cota também deveria ser disponibilizada a fornecedores não americanos.
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