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CEO da Vale espera que presidente eleito evite disputas com China

16/10/2018 12h20

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou nesta terça-feira ter expectativa de que o próximo presidente eleito do país entenda a importância da relação comercial entre Brasil e China e evite disputas com o principal cliente de produtos brasileiros, como minério de ferro e soja.

A afirmação foi feita após ele ter sido questionado por jornalistas sobre declarações do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, desfavoráveis a investimentos chineses no país.

"Eu tenho a expectativa, na medida em que o tempo passe e ele se aprofunde no tema, que isso ganhe relevância e a questão se encaminhe melhor", disse o executivo, após participar do evento FT Commodities, no Rio de Janeiro.

"Disputas não trazem benefício. Se não é bom para ninguém, não é bom para a Vale."

A China, maior importadora global de minério de ferro, é a principal cliente da Vale, líder na produção mundial da commodity.

Com relação à Vale, o executivo disse não estar preocupado com qualquer atitude que Bolsonaro possa tomar, se for eleito, considerando a mútua dependência da Vale e China.

Ao comentar sobre possíveis investimentos da China em geração de energia elétrica no Brasil, o líder nas pesquisas de intenção de voto disse recentemente temer o avanço dos chineses.

"HORA DE MUDANÇA"

Ao ser perguntado sobre o que representaria uma vitória de Bolsonaro para a Vale e para o setor de mineração, diante das propostas já apresentadas, Schvartsman afirmou ter expectativas positivas com quem quer que seja o presidente e que "não é diferente com Bolsonaro".

"Eu acho que estava na hora de uma mudança, o Brasil quis mudar. E, consequentemente, a mudança levará a alguma coisa melhor", disse o executivo.

O executivo destacou ainda que a Vale "tomou o cuidado" de não conversar com candidatos à Presidência.

"Quando for definido quem é o presidente eleito... nós iremos claramente conversar bastante com eles. Vamos nos colocar à disposição, o conhecimento e informação que a gente tem dessa relação que a gente tem Brasil-China, que é muito importante", afirmou.

Schvartsman disse ainda que o setor de mineração precisa mostrar para a sociedade a criação de valor que representa.

(Por Marta Nogueira)