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Bolsonaro promete apoiar acordo Embraer-Boeing e fala em buscar parcerias para Petrobras

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, dá primeira entrevista coletiva a jornalistas de diversos veículos - Rodrigo Viga/Reuters
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, dá primeira entrevista coletiva a jornalistas de diversos veículos Imagem: Rodrigo Viga/Reuters

Por Rodrigo Viga Gaier

01/11/2018 19h32

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) prometeu que vai apoiar acordo entre a norte-americana Boeing e a brasileira Embraer e afirmou que no seu governo pode vender áreas da Petrobras e buscar parcerias para a empresa manter seus investimentos.

O acordo entre Boeing e Embraer está sendo discutido pelas duas empresas há meses e o governo do presidente Michel Temer esperava a definição da eleição presidencial para apresentar o projeto e encaminhar a parceria entre as duas fabricantes.

"A fusão da Embraer com a Boeing continua sem problema algum e sim (vou avalizar)", disse Bolsonaro a jornalistas em sua primeira entrevista coletiva como presidente eleito.

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Antes da eleição de Bolsonaro, o ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna disse à agência de notícias Reuters que a parceria seria levada ao grupo de transição para que fosse analisada e aprovada ainda neste governo.

Após a eleição, o futuro ministro da Defesa, general da reserva Augusto Heleno, afirmou também que via com bons olhos o acordo entre as duas companhias, mas que pretendia conhecer os termos do que está para ser selado.

O governo tem uma "golden share" na Embraer, que lhe dá poderes para aprovar e vetar temas estratégicos para a empresa.

Petrobras

O presidente eleito afirmou ainda que em seu governo vai buscar parcerias para a Petrobras continuar sustentável e capaz de fazer os investimentos necessários.

A empresa foi um dos principais alvos da Lava Jato que descobriu uma série de desvios e irregularidades na gestão durante os governos petistas que levaram a empresa a uma situação difícil. Neste ano, a estatal voltou a operar no azul.

"A Petrobras não tem mais capacidade de investir, então tem que buscar fazer parcerias e vender algumas áreas", disse Bolsonaro ao lembrar que o tempo de vida da energia fóssil pode estar com os dias contados diante de novas tecnologias.

O presidente eleito afirmou ainda que pretende manter o calendário de leilões de blocos de petróleo em seu futuro governo, como reivindica o setor.

Bolsonaro manteve a dúvida sobre a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, mas acabou dizendo que eles podem se manter separados.

Previdência

O presidente eleito reconheceu que é difícil os parlamentares aprovarem nas semanas que restam de trabalho neste ano a reforma da Previdência, mas disse que "dá para aproveitar alguma coisa" da proposta que já está em tramitação no Congresso.

"Ninguém quer fazer maldade com ninguém, mas algumas reformas, nós temos que obviamente tentar fazê-las, da Previdência é uma. E não é a proposta inicial como o Temer quis lá, mas dá pra aproveitar alguma coisa dela", disse Bolsonaro em entrevista coletiva. "Apoio a reforma (da Previdência) que pode ser aprovada pela Câmara, tá certo?"

Bolsonaro disse que vai analisar melhor a última versão da reforma da Previdência e que na próxima semana estará mais a par para tratar na tentativa de votação.

"Eu sei que é quase que uma ressaca depois das eleições, o Parlamento fica esvaziado, quem perdeu a eleição está mais afastado de Brasília, quem ganhou está comemorando, então tem essa dificuldade para conseguir um quórum qualificado para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição", disse,

Para ser aprovada, uma emenda constitucional precisa dos votos de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação e 49 dos 81 senadores, também em dois turnos de votação.

"Não é a proposta que eu quero, que o Paulo Guedes quer, ou quem quer que seja quer, é aquela que pode ser aprovada pela Câmara", acrescentou.

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