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MRV tem lucro quase 14% menor no 3º tri, mas vê resultados melhores até fim do ano

07/11/2018 18h44

Por Gabriela Mello

SÃO PAULO (Reuters) - A MRV teve lucro líquido menor no terceiro trimestre sobre um ano antes, apesar de forte geração de caixa e receita recorde para o período, mas está confiante que encerrará o ano com resultados mais fortes, atingindo a meta de 50 mil unidades lançadas.

"As vendas foram muito fortes em outubro, principalmente nos 10 últimos dias, e historicamente o quarto trimestre é bom, então estamos otimistas de que será melhor que o terceiro", disse à Reuters o copresidente da maior construtora de imóveis econômicos da América Latina, Rafael Menin.

No trimestre encerrado em 30 de setembro, a MRV teve lucro líquido de 174 milhões de reais, 13,8 por cento inferior ao apurado um ano atrás e abaixo da estimativa média de 176,2 milhões de reais apurada pela Refinitiv.

O desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 12,7 por cento na mesma comparação, para 238 milhões de reais, também inferior à expectativa de 253,9 milhões de reais em levantamento da Refinitiv.

De acordo com Menin, ambos os números teriam sido melhores não fosse pelo ganho não recorrente de 46,5 milhões de reais oriundo da capitalização da subsidiária de galpões logísticos Log Commercial Properties e Participações no terceiro trimestre do ano passado.

"Foi um ajuste contábil... A única explicação é essa para a queda de lucro e Ebitda", comentou o executivo.

Na semana passada, a MRV informou que iniciou preparativos para listar a controlada Log no Novo Mercado, o segmento com as mais rigorosas exigências de governança da B3.

Perguntado sobre as expectativas para o governo de Jair Bolsonaro, Menin disse que a construtora aposta na continuação do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), apesar dos atuais esforços da União para reduzir o déficit fiscal.

"Pode ser que haja mudança, mas nenhuma significativa. Não acreditamos em ruptura no novo governo", afirmou o copresidente da MRV, destacando que a empresa opera principalmente nas faixas 2 e 3 do programa, que consomem menos subsídios.

"Sob a ótica fiscal, estamos super confortáveis porque o subsídio é de 0,7 por cento sobre o valor do imóvel, enquanto o imposto arrecadado é de 4 por cento", acrescentou.Entre julho e setembro, a MRV gerou uma receita operacional líquida total de 1,35 bilhão de reais, atingindo um recorde para o terceiro trimestre e superando em 8,6 por cento o montante observado um ano atrás. Já a geração de caixa mais que dobrou para 242 milhões de reais, favorecida pelo recebimento de vendas anteriores.

Na prévia operacional divulgada em 9 de outubro, a empresa reportou queda de 6,6 por cento em vendas contratadas do terceiro trimestre ante igual intervalo de 2017, para 1,445 bilhão de reais, devido a instabilidades em financiamentos pelo FGTS no Estado de São Paulo.

As ações da MRV encerraram em baixa nesta quarta-feira, acumulando queda de pouco mais de 13 por cento este ano.