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Kroton vê continuidade em tendência de lucro e receitas menores no 4º tri, diz diretor

09/11/2018 12h32

Por Gabriela Mello

SÃO PAULO (Reuters) - A Kroton Educacional vê continuidade na tendência de lucro e receita menores no quarto trimestre, um período sazonalmente mais fraco para a companhia, mas está confiante de que entregará as metas estipuladas para 2018, disse nesta sexta-feira o diretor de Relações com Investidores da companhia.

"Nosso lucro já vinha caindo, nosso próprio guidance apontava para essa queda... No quarto trimestre deve vir tendência similar ao resto do ano, não esperamos surpresa positiva ou negativa", disse Carlos Lazar, em entrevista à Reuters antes da teleconferência com analistas sobre os resultados do terceiro trimestre.

Nesta manhã, o maior grupo de ensino superior privado do país divulgou queda de quase 17 por cento no lucro líquido ajustado de julho a setembro ante igual período de 2017, para 440,4 milhões de reais, refletindo a alta em níveis de depreciação oriunda de investimentos maiores, além de retração da receita e despesas mais altas.

Lazar ponderou, entretanto, que a Kroton já atingiu 76 por cento da meta anual de receita líquida, e 79 por cento do lucro projetado para 2018. "Não vejo risco relevante de não entregarmos o que prometemos ao mercado no primeiro semestre", comentou.

Em maio, a empresa divulgou ao mercado expectativa de lucro líquido ajustado consolidado de 1,94 bilhão de reais e receita líquida de 5,48 bilhões de reais em 2018. Até setembro, o grupo acumulava resultados de 1,54 bilhão e 4,14 bilhões de reais, respectivamente.

Para 2019, o diretor de RI ressaltou que a Kroton deve se concentrar na integração das operações com a Somos Educação, adquirida em abril por 4,57 bilhões de reais.

"(O processo) está caminhando muito bem e temos pela frente anos de capturação de sinergias e vasto leque de oportunidades para aumentar a receita em negócios em que a Somos já atua e novos em que virá a atuar", comentou.

Anteriormente, executivos da Kroton já tinham informado expectativa de que a compra da Somos gere sinergias da ordem de 300 milhões de reais nos próximos quatro anos.

No ensino superior, a companhia planeja abrir 30 novos campi e 200 novos polos de ensino à distância (EAD) em 2019, de acordo com o diretor de RI. Até o fim de setembro, a base total de alunos da Kroton somava 871.243, um recuo de 2,8 por cento na comparação anual, após menos rematrículas, mais formaturas e evasão maior no EAD.

Questionado sobre as perspectivas para o novo governo, Lazar afirmou que, embora ainda não se tenha uma visão clara dos planos de Jair Bolsonaro, as sinalizações iniciais apontam para um foco maior no segmento de educação básica.

"Parece que o foco do novo governo tende a ser mais a educação básica e o aumento de qualidade, o que é um aspecto muito bem-vindo, especialmente agora que temos uma atuação mais relevante com a Somos... Obviamente estamos prontos e queremos apoiar as novas políticas do governo", disse Lazar.

Por volta das 12:30 (horário de Brasília), as ações da Kroton recuavam 3,13 por cento, a 10,51 reais, liderando a ponta negativa do Ibovespa, que por sua vez subia 0,41 por cento. Em 2018, os papéis da companhia acumulam perda de mais de 41 por cento.