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Ibovespa avança com otimismo após trégua comercial entre EUA e China

03/12/2018 12h23

Por Gabriela Mello

SÃO PAULO (Reuters) - O mercado acionário brasileiro subia mais de 1 por cento nesta segunda-feira, tendo superado os 91 mil pontos em meio aos fortes ganhos dos papéis de Vale e Petrobras, em dia positivo para os preços das commodities e de bom humor no exterior gerado pela trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Às 12:08, o Ibovespa subia 1,59 por cento, a 90.927,68 pontos. O giro financeiro somava 4,88 bilhões de reais.

O indicador chegou a subir 1,94 por cento no melhor momento da sessão, para a 91.242,22 pontos, renovando a máxima intradia recorde.

Na sexta-feira, o índice superou a marca de 90 mil pontos pela primeira vez na história antes de perder o fôlego e fechar no vermelho. Ainda assim, encerrou o mês de novembro com alta de 2,38 por cento.

O movimento desta segunda-feira era puxado principalmente pelas ações atreladas a commodities em meio ao otimismo após os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, concordarem durante a cúpula na Argentina do G20 sobre uma trégua temporária na intensa guerra comercial travada entre as duas maiores economias do mundo.

Como parte do acordo, Trump suspenderá por 90 dias a elevação das tarifas dos EUA sobre produtos chineses que estava agendada para 1º de janeiro, enquanto Jinping prometeu retomar as compras de produtos agrícolas norte-americanos.

"O cessar fogo entre os EUA e a China acordado no G20, somado ao tom mais brando do Fed em relação à necessidade de alta de juros, foi o gatilho que faltava para diminuir a aversão a risco nos mercados globais", escreveram analistas da XP em nota a clientes.

A equipe da Guide Investimentos ressaltou, contudo, que o cenário internacional ainda requer cautela. "Apesar do acordo inicial, a Casa Branca já deixou claro que caso não haja um bom termo após os 90 dias de trégua, tarifas adicionais poderão voltar a subir", disse em relatório ao mercado.

No front doméstico, as atenções de investidores se dividiam entre o noticiário corporativo e as articulações da equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro para aprovar as tão aguardadas reformas.

A B3 divulgou na manhã desta segunda-feira a primeira prévia da carteira teórica do Ibovespa para o período de janeiro a abril, com inclusão das ações da BR Distribuidora

DESTAQUES

- USIMINAS PNA subia 5,2 por cento, liderando a ponta positiva do Ibovespa, na esteira do avanço dos preços do aço na China, o que favorecia o setor siderúrgico como um todo no Brasil e no exterior. CSN ON ganhava 3,95- por cento, enquanto GERDAU PN tinha acréscimoo de 4,6 por cento.

- VALE ON disparava 3,6 por cento, entre as principais influências positivas do índice, refletindo a alta de quase 2 por cento das cotações do minério de ferro no mercado chinês em meio ao otimismo desencadeado pela trégua na guerra comercial de China e Estados Unidos.

- MARFRIG ON saltava 5,2 por cento, após a empresa anunciar a conclusão da venda de sua subsidiária Keystone Foods para Tyson Foods e a redução do endividamento com a quitação de empréstimo de 900 milhões de dólares. Ainda no radar estava a notícia veiculada neste fim de semana pelo Valor Econômico de que a Marfrig recentemente teria feito oferta pelos ativos bovinos BRF na Argentina e também teria se disposto a assumir a produção de hambúrguer da rival no Brasil.

- PETROBRAS PN subia 3,7 por cento e PETROBRAS ON avançava 3,9 por cento, acompanhando o movimento dos preços do petróleo e tendo ainda como pano de fundo a notícia da formação de joint venture com a Murphy Oil, por meio de subsidiárias de ambas as empresas. A conclusão da transação ocorreu com o pagamento líquido de 795 milhões de dólares realizado pela Murphy em favor da Petrobras America, após ajustes previstos em contrato.

- ITAÚ UNIBANCO PN tinha alta de 0,4 por cento, e BRADESCO PN tinha oscilação negativa de 0,03 por cento, pesando sobre o viés altista do Ibovespa, dado o peso desses papéis em sua composição.