Indústria do Brasil interrompe 3 meses de queda em outubro, mas cresce abaixo do esperado
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, 4 Dez (Reuters) - A produção de bens de capital e de bens de consumo duráveis ajudou a indústria do Brasil a interromper três meses de queda e a registrar crescimento em outubro, porém abaixo do esperado, indicando um final de ano desafiador.
A produção industrial brasileira avançou 0,2% em outubro na comparação com setembro, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Esse é o melhor resultado para outubro desde 2014 (+0,6%), porém ficou bem abaixo da expectativa de crescimento de 1,2% em pesquisa da Reuters.
"Crescer 0,2% interrompe um sequência de queda mas está longe de representar uma reversão na trajetória da indústria nos últimos meses", afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Em relação ao mesmo mês de 2017, a produção apresentou ganho de 1,1%, contra expectativa de alta de 2,3%.
Os dados do IBGE mostraram que, no mês, a produção de Bens de Capital, uma medida de investimento, aumentou 1,5% sobre setembro, enquanto a de Bens de Consumo Duráveis subiu 4,4%, alavancada por automóveis.
Por outro lado, a fabricação de Bens Intermediários recuou 0,3% no mês, enquanto a de Bens de Consumo Seminduráveis e não Duráveis caiu 0,2%. Ambas as categorias representam cerca de 80% da produção industrial.
Entre os ramos pesquisados, o lado positivo ficou para as altas de indústrias extrativas (3,1%), máquinas e equipamentos (8,8%), veículos automotores, reboques e carrocerias (3%) e bebidas (8,6%).
Mas pesaram as quedas na produção de produtos alimentícios (-2%), metalurgia (-3,7%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,2%).
"No caso dos alimentos há um deslocamento da produção de cana este ano para produção de álcool e menos produção de açúcar", explicou Macedo.
Indústria no 3º tri
De acordo com os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo IBGE na semana passada, a indústria apresentou no terceiro trimestre crescimento de 0,4% sobre os três meses anteriores.
"Em 2018, a expansão é positiva mas em desacelaração. Houve impacto político eleitoral que afetou o apetite dos empresários por investimentos e, combinado a isso, o mercado doméstico ainda tem um grande contigente de trabalhadores desempregados", afirmou Macedo.
"2018 é um ano que não recuperou as perdas como se esperava", completou o gerente da pesquisa, lembrando que a indústria fechou o ano passado com um crescimento de 2,6% após três anos seguidos de queda.
A mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central com uma centena de economistas aponta que a expectativa é de um crescimento da indústria neste ano de 2,16%, com o PIB expandindo 1,32%.
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