Brasil pode renegociar dívida da Venezuela se Guaidó assumir o governo, diz Araújo
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O governo brasileiro analisa renegociar parte da dívida venezuelana no caso do autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, assumir efetivamente a Presidência, inclusive com a possibilidade de um encontro de contas com o que o Brasil ainda deve à Venezuela pela energia usada por Roraima, admitiu nesta sexta-feira o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Araújo admitiu que a situação da dívida brasileira com a Venezuela ainda não foi resolvida. O país deve cerca de 30 milhões de dólares ao governo venezuelano pela energia usada por Roraima, único Estado que não é ligado ao sistema elétrico nacional.
A dívida é causada pela dificuldade dos bancos brasileiros operacionalizarem a transferência, já que o embargo norte-americano à Venezuela impede a operação de bancos estrangeiros com o país e impõe sanções para operar nos EUA aos que quebrarem a regra.
Do outro lado, a Venezuela deve cerca de 800 milhões de dólares ao governo brasileiro, principalmente em empréstimos feitos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento de obras no país e de importações.
O governo deve criar um grupo interministerial para discutir alternativas de ajuda à Venezuela, e a questão da dívida seria um dos pontos.
"A idéia seria reunir esforços de diferentes áreas. Uma das questões da discussão seria a questão da dívida da Venezuela, mas ainda não temos propostas concretas sobre esse tema", disse Araújo em uma longa entrevista nesta sexta-feira.
Ao ser questionado sobre a questão da energia de Roraima, admitiu que poderia ser feito um encontro de contas e que isso chegou a ser proposto a Maduro anteriormente, que não aceitou.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
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