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Negociação da Glencore com CSN envolve 20 milhões de toneladas de minério ao longo de 5 anos, dizem fontes

01/02/2019 16h58

Por Julia Payne e Maytaal Angel

LONDRES (Reuters) - A trader global Glencore está finalizando um acordo para fazer um pagamento de 500 milhões de dólares ao braço de mineração da CSN, envolvendo fornecimento de 20 milhões de toneladas de minério de ferro ao longo de cinco anos, afirmaram fontes com conhecimento do assunto.

O acordo deve ser acertado pela CSN com a Glencore, no primeiro trimestre deste ano, disseram as fontes.

Representantes da CSN e da Glencore, que segundo fontes está assegurando financiamento de bancos para o acordo, não comentaram o assunto.

O acordo está sendo negociado em um momento de alta nos preços do minério de ferro depois da tragédia envolvendo o colapso de uma barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho (MG), neste mês. A tragédia forçou a Vale a anunciar planos de cortar 10 por cento de sua produção.

Os preços de referência do minério de ferro eram negociados a 87,30 dólares a tonelada nesta sexta-feira, acima dos 85,3 dólares de quinta-feira.

A CSN está em um processo de venda de ativos para acelerar redução de endividamento e a negociação de venda antecipada de minério de ferro era uma das estratégias citadas no ano passado pelo presidente-executivo da companhia, Benjamin Steinbruch, para ajudar na redução da alavancagem da empresa.

A CSN Mineração é a segunda maior produtora de minério de ferro do Brasil e produziu 30 milhões de toneladas do produto em 2017.

Desde a tragédia em Brumadinho, moradores de Congonhas (MG), cidade que abriga a principal mina da CSN, Casa de Pedra, têm cobrado mais transparência da empresa sobre a divulgação de informações sobre o estado da barragem da mina, que tem 76 metros de altura e capacidade para acumular cerca de 50 milhões de metros cúbicos de rejeito. A barragem de Brumadinho tinha cerca de 12 milhões de metros cúbicos.

Nesta sexta-feira, a prefeitura de Congonhas afirmou que a CSN procurou o governo municipal no início desta semana para reafirmar planos de desativar o depósito de rejeito na barragem, que esta a cerca de 300 metros de um bairro da cidade, até o final deste ano e retirar a água e reflorestar a área nos próximos anos. Segundo a CSN, a empresa tem atestados que comprovam segurança da estrutura e a mina de Casa de Pedra segue operando normalmente.