Cemig quer acelerar venda da Light; pode realizar "follow-on" no 1° semestre
SÃO PAULO (Reuters) - A elétrica mineira Cemig
A Light chegou a assinar no ano passado memorando de entendimento para a realização de uma oferta pública de papéis da companhia que seria ancorada por fundos liderados pela GP Investments, mas o negócio foi posteriormente cancelado por desentendimentos sobre preços a serem praticados na transação.
O executivo da Cemig afirmou, durante teleconferência com investidores e analistas, que o formado da operação de desinvestimento ainda não está definido, embora uma oferta subsequente de ações ("follow-on") seja "uma tendência natural".
Ele também não comentou se a Cemig venderia totalmente sua fatia de quase 50 por cento na Light ou se ainda continuaria como acionista da empresa, que é responsável pela distribuição de energia na região metropolitana do Rio de Janeiro e tem ainda negócios de geração.
"A gente quer pegar uma janela que vai no máximo até o meio do ano, a gente quer acelerar bastante esse processo... não está definido o formato final", disse Costa.
"A gente nunca parou de conversar com o mercado... mesmo depois do encerramento das negociações com a GP. Sentimos muito interesse por esse ativo. A gente espera ter taxas bastante atrativas", acrescentou ele, sem citar potenciais interessados.
A Cemig iniciou um ambicioso plano de vendas de ativos ainda em 2017, em meio a esforços para reduzir um elevado endividamento.
RENOVA
Em paralelo às negociações pela Light, a Cemig também está perto de fechar uma reestruturação de sua problemática controlada de geração limpa Renova Energia
A Renova, que enfrenta enormes dificuldades financeiras desde o fracasso de uma associação com a norte-americana SunEdison em 2015, anunciou em março acordos para reperfilar dívidas junto a seus controladores Cemig e Light e bancos.
A empresa também informou que aceitou uma proposta da AES Tietê
"Esperamos que seja concluído ainda antes de meados do ano", disse Costa.
Ele acrescentou ainda que, após as negociações, o fluxo para pagamento das dívidas da Renova ficará compatível com a geração de caixa da companhia.
"Temos confiança de que estamos encontrando o que a gente chama de solução definitiva para a Renova", afirmou o diretor da Cemig.
A reestruturação da empresa de energia limpa também envolverá a aquisição por Cemig e Light das ações dos fundadores da companhia, reunidas no CGI Fundo de Investimento, e uma oferta pública pela aquisição de papéis dos minoritários, que incluem o braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDESPar).
(Por Luciano Costa)
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