Novos negócios sustentam crescimento, mas setor de serviços do Brasil volta a cortar empregos, aponta PMI
Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A expansão do setor de serviços brasileiro acelerou em março, diante da forte entrada de novos trabalhos, embora as empresas tenham voltado a cortar empregos e o sentimento positivo tenha atingido uma mínima em três meses, segundo os dados da pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quarta-feira.
O IHS Markit informou que seu PMI de serviços do Brasil subiu a 52,7 em março, de 52,2 em fevereiro, permanecendo acima da marca de 50, que separa crescimento de contração, e igualando a máxima de janeiro de 2013.
Junto com a melhora no setor industrial, o PMI Composto do Brasil chegou a um pico em 13 meses, de 53,1 no mês, sobre 52,6 em fevereiro.
O mês de março foi marcado pela entrada mais forte de novos trabalhos em quase 11 anos e meio, com os entrevistados citando demanda doméstica robusta e base maior de clientes.
"Dados da pesquisa mostraram uma alta notável na entrada de novos trabalhos, o que sugere que a economia pode estar aquecendo", apontou a economista do IHS Markit Pollyanna De Lima.
A demanda interna ajudou a compensar o enfraquecimento dos mercados internacionais, com o volume de novos negócios do exterior voltando a contrair em março depois de ter crescido em fevereiro pela segunda vez nos últimos quatro anos.
Também voltou a território de contração no mês o nível de empregos no setor de serviços, em meio a tentativas contínuas de reduzir despesas e iniciativas de reestruturação. Ainda assim, algumas empresas citaram contratação de pessoal devido ao aumento das cargas de trabalho e expectativas otimistas.
"É desalentador ver que os empregos no setor de serviços ainda estão em risco apesar da resiliente demanda doméstica... Reduzir a taxa de desemprego (brasileira)...parece ser uma peça essencial do quebra-cabeças para uma recuperação sustentável nos meses à frente", completou Pollyanna.
A inflação de insumos, por sua vez, continuou a aumentar com os empresários do setor citando preços mais altos de eletricidade, combustíveis, alimentos e outros materiais.
Assim os preços cobrados voltaram a subir, chegando ao nível mais alto desde o início de 2016, depois de terem diminuído em fevereiro pela primeira vez em nove meses.
Mesmo assim, o sentimento positivo em relação aos negócios permaneceu elevado, mas caiu ligeiramente ante a máxima registrada em fevereiro. As projeções otimistas dos empresários se baseiam na expectativa de maior número de clientes, publicidade online e de reformas das políticas governamentais.
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