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BC do Japão debateu prós e contras de mais afrouxamento monetário em reunião de março, mostra ata

08/05/2019 09h29

Por Leika Kihara

TÓQUIO (Reuters) - As autoridades do banco central do Japão continuam divididas sobre a rapidez em relação aos estímulos para atingir sua meta de preços, mostrou a ata de sua reunião de março, mesmo com a desaceleração da demanda global que prejudicou as perspectivas para a economia.

Enquanto a maioria dos nove membros da diretoria não viu necessidade imediata de expandir um programa de estímulo já maciço, vários alertaram para o aumento dos riscos para a recuperação do Japão, que poderia justificar uma flexibilização monetária adicional, mostrou a ata nesta quarta-feira.

"Considerando a dificuldade em mudar as expectativas de inflação, era importante responder preventivamente no caso de uma mudança na evolução econômica e dos preços", disse um membro.

Outro disse que o Banco do Japão deve estar "preparado" para um afrouxamento se os riscos para a economia e os preços se materializarem, segundo a ata.

Mas outras autoridades foram mais cautelosos. Um membro disse que o banco central não deve responder às flutuações de curto prazo nos dados econômicos e, em vez disso, deve olhar para a tendência de longo prazo na orientação da política monetária, de acordo com a ata.

Aqueles relutantes em afrouxar a política monetária a qualquer momento também apontaram para os custos crescentes da flexibilização prolongada, como o impacto dos lucros das instituições financeiras em anos de taxas de juros extremamente baixas.

Alguns membros disseram que o banco central deve prestar mais atenção ao impacto que sua prolongada política de afrouxamento teve nos lucros dos bancos regionais, segundo a ata.

O impacto nos lucros e no capital acionário dos bancos regionais pode "materializar-se gradualmente" e levar mais bancos a assumirem riscos excessivos para garantir lucros, disseram as autoridades.

Na reunião, encerrada em 15 de março, o Banco do Japão manteve a política monetária, apesar de cortar suas avaliações sobre as exportações e a produção em meio ao aumento dos riscos econômicos globais.