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Petrobras completa 17 dias sem reajustar preço da gasolina na quinta-feira

15/05/2019 18h40

RIO DE JANEIRO, 15 Mai (Reuters) - A Petrobras informou nesta quarta-feira que manterá o preço da gasolina nas suas refinarias na quinta-feira, completando 17 dias sem reajustes, de acordo com dados da petroleira compilados pela Reuters.

O preço médio atual do combustível fóssil vendido pela estatal às distribuidoras é de 2,0450 real por litro --maior valor desde 23 de outubro de 2018, segundo dados publicados anteriormente pela petroleira estatal.

O valor médio não muda desde 30 de abril, apesar de regra lançada em setembro do ano passado, pela gestão anterior, que impedia a estabilidade do combustível por um período superior a 15 dias.

Questionada nesta quarta-feira se a regra dos 15 dias foi cancelada, a Petrobras não respondeu imediatamente.

Em abril deste ano, já na gestão de Roberto Castello Branco, a empresa chegou a completar 18 dias com a gasolina no mesmo patamar. Questionada pela Reuters na ocasião, a Petrobras informou que a política de preços permanecia inalterada.

O preço médio do óleo diesel nas refinarias também foi mantido para quinta-feira, cumprindo a atual regra da Petrobras para esse combustível, que impede que haja reajustes em períodos inferiores a 15 dias. O diesel está congelado em 2,3047 reais o litro desde 4 de maio.

A Petrobras tem afirmado que pratica preços de mercado, embora tenha aumentado os períodos sem reajustes. Para evitar perdas, a petroleira tem apontado a utilização de mecanismos de hedge.
Mas, diante da falta de reajustes, o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sergio Araújo, reiterou à Reuters nesta quarta-feira que suas associadas estão com dificuldades de competir com a Petrobras.

"Especificamente para a gasolina, produto para qual a Petrobras não vem praticando periodicidade fixa, é grande a expectativa do anúncio (de novo ajuste) para verificar se variações do preço doméstico seguirão a correlação do mercado internacional, o que daria mais segurança para a retomada das operações", disse a Abicom, em um boletim nesta quarta-feira.

Segundo a associação, como o preço do mercado internacional vem sofrendo quedas nos últimos dias, havia a possibilidade de anúncio de redução nos preços Petrobras nesta quarta-feira, da ordem de 0,06 real por litro, mas que não foi concretizado.

Além da precificação, a associação pontuou que o cenário da demanda também é crítico, já que o primeiro trimestre deste ano teve volume 9,4% inferior ao mesmo período do ano passado, enquanto o etanol, mais competitivo, está com vendas em ascensão.