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Mineradora BHP planeja expandir produção de níquel em meio a "boom" de baterias

22/05/2019 10h34

MELBOURNE (Reuters) - A mineradora global BHP disse nesta quarta-feira que planeja expandir suas operações com sulfeto de níquel em meio a um esperado 'boom' na demanda pelo material para uso em baterias para veículos elétricos.

Mas a empresa não está querendo produzir o principal ingrediente da bateria de lítio, uma vez que vê essa produção como menos lucrativa.

Ao falar sobre a estratégia da companhia para o longo prazo, o diretor financeiro da BHP, Peter Beaven, disse que o crescimento do níquel pode vir tanto com exploração quanto com aquisições.

"Estamos interessados em adicionar mais recursos de sulfeto de níquel ao nosso portfólio, por isso devemos continuar adicionando opções de exploração nessas áreas", disse ele.

"Não precisamos fazer fusões e aquisições, mas nunca descartamos isso como uma maneira de adquirir grandes bases de recursos."

A maior mineradora do mundo disse no começo do mês que decidiu manter suas operações de níquel no oeste da Austrália, que antes haviam sido colocadas à venda.

O níquel está com maior demanda em meio a uma busca por carros elétricos que possam viajar mais com uma única carga. O uso de mais níquel também reduz custos, ao exigir menor uso de cobalto, que é caro e um dos pilares das baterias atuais para veículos movidos a eletricidade.

Mineradores de sulfeto de níquel na Austrália Ocidental que poderiam alimentar as operações da BHP, além de serem potenciais alvos de aquisição, incluem Western Areas Ltd , Independence Group, Panoramic Resources, Mincor e Cassini Resources Ltd.

O vice-presidente de estratégia da BHP, Paul Perry, disse que empresa não pretende entrar no lítio, uma vez que espera que os lucros do setor sejam atingidos à medida que mais oferta entre em funcionamento na esteira de técnicas de produção mais baratas.

A estratégia da BHP para baterias contrasta com a da rival Rio Tinto, que tem enormes mas ainda pouco desenvolvidas reservas de lítio em Jadar, na Sérvia.

Beaven também disse que a BHP precisa de mais opções para crescimento em cobre e petróleo, mas apontou que é improvável que a empresa amplie significativamente a capacidade em minério de ferro ou carvão metalúrgico além de aumentos advindos da melhoria da produtividade.

(Reportagem de Melanie Burton)