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Influência negativa externa prevalece e índice cai 0,48%

23/05/2019 17h14

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista fechou no vermelho nesta quinta-feira, cedendo à pressão dos mercados externos, diante de acirramento das disputas comerciais entre Estados Unidos e China e receios quanto à saída do Reino Unido da União Europeia.

O Ibovespa recuou 0,48%, a 93.910,03 pontos. O giro financeiro da sessão somou 12,6 bilhões de reais.

"É o contexto internacional pesando. A gente chegou a ter uma série de notícias positivas no ambiente interno, mas o exterior pesou mais", afirmou o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira.

Estados Unidos e China tiveram uma discussão acalorada nesta quinta-feira, com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusando o presidente-executivo da Huawei de mentir sobre os laços da empresa com o governo chinês, e Pequim dizendo que Washington deve terminar com suas "ações equivocadas" se quiser que as negociações comerciais continuem.

Sem uma resolução à vista, o secretário da Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, anunciou um programa de 16 bilhões de dólares para ajudar fazendeiros dos EUA prejudicados pela guerra comercial, com alguns fundos para abrir mercados fora da China para produtos norte-americanos.

Enquanto isso, na Europa, a primeira-ministra britânica, Theresa May, lutava para se manter no cargo, após o fracasso da última manobra para tentar concretizar a desfiliação britânica da União Europeia.

No ambiente doméstico, a Câmara dos Deputados concluiu nesta quinta-feira a votação da Medida Provisória 870, que reformula a estrutura do governo federal e reduz o número de ministérios, após um acordo para retirar do texto um trecho que delimitaria a atuação de auditores da Receita Federal. A notícia chegou teve impacto positivo momentâneo, mas depois a influência externa negativa acabou prevalecendo.

DESTAQUE

- GRUPO PÃO DE AÇÚCAR caiu 0,79%, após negócios com ações de seus controladores Rallye e do grupo francês de varejo Casino serem suspensos ante a iminência de divulgação de comunicado. Depois do fechamento da bolsa francesa, a Rallye informou que foi colocada sob proteção contra credores por pelo menos seis meses por um tribunal de Paris.

- NATURA recuou 8,54%, após anuncio na véspera de acordo para compra da norte-americana Avon numa transação que deve criar o quarto maior grupo de beleza do mundo. Nesta quinta-feira, executivos da Natura disseram esperar um aumento das receitas com investimento em marca e digitalização de processos.

- DURATEX subiu 6,01%, após a empresa anunciar acordo para comprar a fabricante de revestimentos cerâmicos Cecrisa por até 539 milhões de reais, ampliando o portfólio de produtos para construção civil.

- PETROBRAS PN perdeu 1,71% e PETROBRAS ON declinou 1,74%, pressionadas pela queda nos preços do petróleo diante de temores com a demanda global de combustível dada a piora nas relações comerciais entre EUA e China.

(Por Stefani Inouye e Aluisio Alves)