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Ibovespa passa por realização de lucro à espera de avanços em pauta política

05/06/2019 17h03

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou no vermelho nesta quarta-feira, em meio a ajustes após forte recuperação do Ibovespa na última quinzena de maio, enquanto investidores aguardam novidades efetivas na pauta política, principalmente sobre a reforma da Previdência.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,42 por cento, a 95.998,75 pontos. O volume financeiro no pregão somava 12,7 bilhões de reais.

Nos últimos quinze dias de maio, o Ibovespa subiu quase 8%, o que garantiu que fechasse o mês no azul, quebrando uma série de nove anos em que terminou o período com perdas acumuladas.

Profissionais da área de renda variável entenderam o movimento nesta sessão como alguma realização de lucro, após o mercado ter melhorado bastante diante da percepção de evolução do ambiente político.

"Parte da aprovação da reforma da Previdência já está no preço inclusive", avaliou o gestor de uma empresa ligada a previdência complementar, com sede no Rio de Janeiro.

Em nota enviada a clientes mais cedo, a equipe da Brasil Plural ressaltou que, ao mesmo tempo em que se compromete com a aprovação da reforma da Previdência, o Congresso prioriza medidas que fortalecem suas prerrogativas.

Nesta quarta-feira, contudo, o Comissão Mista de Orçamento (CMO) suspendeu reunião para discutir projeto que autoriza operações de crédito a fim de evitar a violação da regra de ouro, corroborando as vendas na bolsa. O Ministério da Economia divulgou nota após o fechamento do mercado para dizer que não encaminhará qualquer mudança na lei do teto dos gastos para excluir investimentos do limite de despesa.

Também da pauta política, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia o Orçamento Impositivo, ao tornar obrigatória a execução de emendas parlamentares de bancada.

De acordo com análise técnica da equipe do Itaú BBA, o Ibovespa ganhará novo impulso para cima se conseguir superar a região dos 97.600 pontos, conforme relatório a clientes.

O pregão brasileiro descolou de Wall Street, onde o tom continuou positivo, com apostas em corte dos juros pelo Federal Reserve após dados de emprego do setor privado norte-americano e expectativa de acordo comercial entre Estados Unidos e México.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN recuou 1,3% e PETROBRAS ON caiu 1,4%, em meio ao forte declínio dos preços do petróleo no mercado internacional, com agentes também acompanhando decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) com efeito em vendas de ativos da petrolífera de controle estatal.

- BANCO DO BRASIL encerrou com declínio de 2,8%, pior desempenho entre os bancos listados no Ibovespa, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN fecharam em baixa de 1,9% e 1,5%, respectivamente.

- VALE caiu 1,5%, acompanhando o movimento de papéis de mineradoras na Europa. A companhia identificou um aumento no grau de segurança da barragem Vargem Grande, na mina de Abóboras, em Nova Lima (MG), o que levou à redução do nível de alerta do Plano de Ação de Emergência (PAEBM) da unidade.

- VIA VAREJO fechou em baixa de 4,3%, conforme segue suscetível a especulações relacionadas a venda da participação do GPA na rede de móveis e eletrodomésticos. No ano, até a véspera, os papéis acumulavam elevação de 10,7%. GPA cedeu 1,5%.

- BRASKEM subiu 0,15% experimentando uma trégua após desabar 17% na véspera, para a menor cotação de fechamento desde julho de 2017, após a europeia LyondellBasell Industries desistir de comprar a participação controladora do conglomerado Odebrecht na petroquímica.

- TIM caiu 3,6%, entre as maiores quedas do Ibovespa. O Morgan Stanley cortou a recomendação dos ADRs da companhia para 'equal weight' e reduziu o preço-alvo para 16 dólares, enquanto reiterou preferência pelas ações da TELEFÔNICA BRASIL, que cederam 0,4%.

- KLABIN subiu 1,45%, após duas quedas seguidas, quando acumulou declínio de 2,7%. No setor, SUZANO encerrou com variação negativa de 0,9%.