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AES venderá mais ativos para melhorar finanças e avançar em renováveis, diz CEO

09/06/2019 16h47

Por Fabian Cambero

SANTIAGO (Reuters) - A norte-americana AES Corp planeja continuar com a venda de alguns ativos não estratégicos para melhorar suas finanças e facilitar seus esforços no desenvolvimento de projetos de energia renovável.

O presidente-executivo da AES, Andrés Gluski, disse em entrevista à Reuters que a empresa já saiu de mais de 15 países, vendendo mais de 3 bilhões de dólares em ativos, e que "a maior parte" dos desinvestimentos já foi realizada.

Continuaremos a vender alguns ativos, mas temos um portfólio mais otimizado do que antes", afirmou o executivo, sem detalhar seus objetivos, após a empresa fechar acordo em abril para vender sua participação em seis usinas no Reino Unido e na Jordânia.

Gluski explicou que as transações permitiram à empresa reduzir o nível de endividamento e financiar novos investimentos em projetos de energia renovável que atualmente somam 12 mil megawatts em capacidade.

Em relação ao Brasil, o executivo disse que a AES espera aumentar os investimentos devido às necessidades do mercado e oportunidades, após vender sua fatia na distribuidora de energia paulista Eletropaulo.

Enquanto isso, a unidade chilena AES Gener assinou recentemente um acordo com outros geradores para se desfazer de suas usinas movidas a carvão no país sul-americano, em linha com sua estratégia corporativa.

Globalmente, a AES promete reduzir suas emissões de dióxido de carbono em 50% por quilowatt/hora até 2022 e em 70% até 2030.

Embora preveja um crescimento global da energia limpa, que é cada vez mais competitiva, o executivo estimou que o gás continuará sendo uma alternativa para projetos de geração nos próximos anos.

"Os Estados Unidos têm muito gás, e barato. Isso significa que o gás terá preços baixos e estáveis por muito tempo", disse ele.

Por outro lado, Gluski sinalizou que a disputa entre os Estados Unidos e a Huawei não deve afetar a atuação da empresa chinesa como fornecedora de equipamentos de geração de energia, uma vez que considera que a disputa está ligada apenas ao papel da companhia no desenvolvimento da tecnologia de rede 5G.

"Nós não estamos nessa parte do negócio, mas obviamente vamos cumprir as regras de todos os governos em cujos países operamos", disse ele.

A AES já adquiriu equipamentos da Huawei para projetos em energia, incluindo em um empreendimento de geração solar de sua unidade brasileira AES Tietê.